Um rapaz que atualmente vive nas ruas do bairro da Moóca desapareceu do local onde permanecia na madrugada de terça-feira, 15. O incidente ocorreu próximo às ruas Ipanema e Doutor Almeida Lima.
O jovem desapareceu após ter sofrido agressões homofóbicas dos convidados de uma festa universitária realizada por estudantes da Universidade Anhembi Morumbi na zona leste de São Paulo.
Morador do Viaduto Bresser, Pedro Henrique de Oliveira, de 27 anos, teria levado socos e chutes de cerca de 15 rapazes, de acordo com outro morador de rua, que testemunhou a agressão. O baile funk foi realizado durante a programação de trotes para calouros da universidade.
Segundo a testemunha Marcos Ramos, colega de Pedro, ambos curtiam a festa, quando Oliveira tentou separar uma briga entre dois jovens e acabou sendo agredido por 15 rapazes aos gritos de “Veado tá tirando, veado tá tirando, vamos pegar ele”. Ramos afirma que até tentou ajudar o amigo, mas, como estava em menor número, optou por fugir. Ele afirma que chegou a ver o colega “muito ferido” próximo à Praça Kennedy, a duas quadras da festa e que depois o colega passou a ser perseguido por um carro com cinco pessoas dentro.
Em nota divulgada, a Universidade Anhembi Morumbi afirmou que não tem “relação com os fatos” e se pôs à disposição das autoridades para “auxiliar no que for possível“.
“Lamentamos profundamente o ocorrido e repudiamos qualquer ato que possa comprometer a integridade física e psicológica de nossos estudantes e colaboradores, ou que venham causar transtorno à população. Dessa forma, reiteramos que qualquer ação festiva que não tenha objetivo acadêmico é proibida nas dependências dos nossos campus”, declarou a instituição.
ATUALIZAÇÃO – Jovem gay é encontrado em SP
Pedro Henrique de Oliveira, de 27 anos, foi encontrado no Hospital das Clínicas em São Paulo.
“Ele disse que não há fratura, mas levou vários pontos na cabeça, na testa, tem ferimentos no ouvido, pescoço. Me chamou atenção a quantidade de ferimentos da cabeça e o inchaço nas mãos. Ele deve ter levado muita pancada nas mãos”, afirmou um colega ao G1 por telefone.