O agente penitenciário Jill Alves, iniciou carreira na Penitenciária Feminina da Capital, no Carandiru e já passou por 11 unidades ao longo desses 33 anos de trabalho. Ele contou que as presidiárias foram as primeiras a aceitar sua transição em 2014, e que o preconceito veio de colegas de trabalho. Hoje, o homem transexual não consegue se aposentar por questões jurídicas.
“Ao longo da vida, sofri muita homofobia, mas tem uma hora que você lida com isso como lida com a refeição. Ficou tão natural sofrer preconceito que, mesmo sendo transexual, quando eu não vejo, até me preocupo”, diz.
“Já fizeram, de dentro do presídio, um perfil falso meu na internet e me chamaram de aberração cromossômica. Abri sindicância, mas minha reclamação nunca foi para frente. Também escreveram ‘morte’ na parede do posto onde eu fico. Fiz denúncia, mas nada aconteceu”, relatou o homem.
De acordo com o Universa, sobre a aposentadoria, Jill deu entrada no dia 7 de Julho de 2019, ainda com os documentos no feminino. Quando recebeu seus novos documentos, agora no gênero que se idêntica, ela levou ao departamento pessoal. Mas recebeu uma negativa com a justificativa de “Dúvida Juridica”, disse Jill.