A Irlanda do Norte sai na frente mais uma vez e altera regras de doação de sangue para homens gays e bissexuais, reduzindo drasticamente o tempo de celibato (sem relações sexuais) para esperar para doar sangue.
Antes, homens que tivessem tido relações sexuais com outros homens deveriam aguardar um período de 12 meses para que pudessem doar sangue, porém, devido à pandemia global de Covid-19, autoridades da Irlanda do Norte reduziram esse tempo para três meses.
Segundo a BBC News, a mudança entrará em vigor no dia 01/06 e alinhará as políticas do país sobre doação de sangue com o resto do Reino Unido, que tem um limite de três meses desde 2017.
Robin Swann, Ministro da Saúde do país, disse que a decisão se baseou no fato de que “qualquer um de nós pode precisar de uma transfusão de sangue no futuro e precisamos ter certeza de que o sangue que recebemos é seguro”.
“Toda doação de sangue é testada para o HIV e vários outros organismos. Nem mesmo os testes mais avançados são 100% confiáveis, por isso é de vital importância para todo doador cumprir todas as regras de adiamento que se aplicam a eles”, continuou o Ministro.
Espera e descaso
O diretor do ‘The Rainbow Project’, John O´Doherty, elogiou a decisão, mas disse que faz nove anos desde que a organização “deu provas ao Comitê de Saúde de Stormont, descrevendo a irracionalidade da proibição de sangue vitalícia para homens gays e bissexuais”.
“Isso demonstra o desafio que nossa comunidade enfrentou ao remover o viés anti-LGBT+ de nossas leis e práticas. É decepcionante que tanto dinheiro público tenha sido desperdiçado na defesa do indefensável”, explica O´Doherty.
O Serviço de Transfusão de Sangue do país elogiou a flexibilização na lei, através de um comunicado: “A segurança de nossos doadores e funcionários, como sempre, é a nossa maior prioridade. Somos extremamente gratos a nossos magníficos doadores por seu precioso presente de sangue ou plaquetas”.