Após uma série de cancelamentos virtuais por ser acusada de transfobia, a autora de Harry Porter, J.K. Rowling, fez um longo desabafo sobre a suposta discriminação e fez revelações surpreendentes.
Publicado em seu site oficial, JK fez questão de afirmar que se importa com a vida de pessoas trans, no entanto, criticou os ataques excessivos de ativistas em suas redes sociais.
“É claro que direitos trans são direitos humanos, e é claro que vidas trans importam”, disse a Rowling, que em outro momento afirmou que estava escrevendo um romance com uma personagem trans.
“Frequentemente, as pessoas me disseram para ‘conhecer algumas pessoas trans’. Eu as conheci. Além de algumas mais jovens, que foram todas adoráveis, tenho uma amiga que se identifica como transexual e é mais velha do que eu. Ela é maravilhosa”, escreveu.
Ainda durante o desabafo, Rowling confessou que sofreu violência doméstica em seu primeiro casamento. A escritora afirmou que, apesar de terem se passado muitos anos, ela é uma pessoa traumatizada.
“Se você conseguisse entrar na minha cabeça e entender o que eu sinto quando leio sobre uma mulher trans morrendo nas mãos de um homem violento, você encontraria solidariedade e compreensão. Eu sei muito bem de onde vem o senso de terror que essas mulheres trans sentiram em seus últimos segundos de vida, porque também o senti, várias vezes”, garantiu.
“Como todas as outras sobreviventes de violência doméstica e assédio sexual que eu conheço, não sinto nada além de empatia e solidariedade em relação às mulheres trans que são abusadas por homens. Eu quero que elas estejam seguras, mas ao mesmo tempo não quero que as pessoas que nasceram mulheres estejam menos seguras”, continuou.
“Eu sou muito sortuda: sou uma sobrevivente, não uma vítima. Só mencionei o meu passado porque, como todo outro ser humano do planeta, tenho uma história complexa, que molda os meus medos, interesses e opiniões”, afirmou.