A saúde do segmento LGBTQIAP+ é pouco citada. Provavelmente porque é uma parcela da população que é simplesmente ignorada. Mesmo que, no Brasil, possa ser estimada em 20%, O que representa algo perto de 40 milhões de pessoas. Alguns dados que não são divulgados nem largamente ensinados:
- mulheres biafetivas e lésbicas têm um risco aumentado de obesidade e câncer de mama, quando comparadas às heteroafetivas. Curiosamente, as lésbicas têm risco superior ao das biafetivas
- parece que adolescentes homoafetivos, sem importar o gênero, tem o índice de massa corporal superior ao de adolescentes heteroafetivos
- há maior consumo de álcool e tabaco entre as não heteroafetivas
- menor percentual de pessoas com plano de saúde
- pessoas transvestegêneres têm maior incidência de doenças psiquiátricas que as cisgêneres
- pessoas transvestegêneres tem maior incidência de problemas crônicos de saúde que as cisgêneres
- entre as pessoas transvestegêneres de espectro masculino 10,6% têm desordens alimentares, e 8,1% das de espectro feminino
Algumas explicações são propostas, e precisam ser melhor estudadas. O impacto do estresse de minorias (a repercussão emocional de ser diferente do grupo maior), maior sensibilidade à própria imagem corporal, menor atividade física e abuso sexual na infância são algumas possibilidades.
Avaliando a questão da obesidade entre as pessoas transvestegêneres alguma situações precisam ser enfrentadas.
O prejuízo por ser minoria
Pessoas trans procuram menos os serviços de saúde, públicos ou privados, ou atrasam, pelo receio do preconceito e da violência psicológica (às vezes física) possíveis. Este aspecto integra o “estresse de minorias”, que é um fator de insegurança social.
Se o ambiente social é ameaçador, fazem sentido as estatísticas que apontam menor tempo investido em atividades físicas e maior tempo dedicado às telas. Sejam elas computador, celular ou TV. Como fazer atividade física quando se é objeto de comentários maldosos e jocosos em ambientes públicos? E se há restrições ao uso de banheiros e vestiários por pessoas trans, como participarão de atividades esportivas em grupo?
Havendo uma experiência de exclusão social pela diferença, não é surpresa um percentual maior de ansiedade e depressão. Pessoas ansiosas e deprimidas evitam contato social, empregam menos tempo em atividades físicas.
O uso de hormônios pode levar a alteração na composição corporal. Aumento de massa muscular nas pessoas transvestegêneres masculinas sempre ocorre. O que não significa que pessoas cisgêneras vão aumentar a força muscular se aliarem anabolizantes com academia… Não é incomum o relato de aumento de apetite, com potencial ganho de peso.
Alguns estudos sugerem que a obesidade reduza a satisfação com os resultados dos procedimentos cirúrgicos realizados pelas pessoas trans.