Fetiche

Desvendando o fisting: Dicas para uma prática segura e prazerosa

Desvendando o fisting: Dicas para uma prática segura e prazerosa

O fisting, uma prática sexual que envolve a penetração do ânus ou vagina com a mão inteira, tem gerado curiosidade e discussão entre muitos. Para entender melhor essa prática e os cuidados necessários, o Observatório G conversou com a médica proctologista Dra. Clara Assaf, que ofereceu conselhos valiosos para quem deseja explorar o fisting de forma segura e consciente.

O fisting, que em inglês significa literalmente ‘punho’, envolve a introdução da mão no ânus ou na vagina, podendo chegar até o antebraço,” explica a Dra. Clara. “Embora seja uma prática que pode proporcionar prazer a muitos, é crucial entender os riscos envolvidos, como lesões no canal anal e no reto, que podem variar de danos leves a graves, incluindo a necessidade de intervenção cirúrgica em casos mais sérios.”

A Dra. Clara ressalta a importância de estar bem informado e preparado antes de tentar o fisting. “A primeira coisa a se ter em mente é que o uso de substâncias que alteram a percepção, como drogas ou álcool, pode aumentar significativamente o risco de lesões. Isso porque a pessoa pode não perceber que está excedendo seus limites. Ouça o seu corpo: dor e sangramento são sinais claros de que algo não está certo.”

A médica também destaca a importância da lubrificação e do cuidado com as unhas. “A lubrificação abundante é essencial para reduzir o atrito e minimizar o risco de lesões. Além disso, o uso de luvas descartáveis e unhas bem aparadas são fundamentais para evitar cortes e arranhões internos.”

“Dra. Clara Assaf, Proctologista (RQE 42598), oferece orientações sobre saúde anal e segurança na prática do fisting.

A prática do fisting pode, por vezes, envolver o uso de brinquedos ou até mesmo de pés, o que, segundo a Dra. Clara, aumenta os riscos. “Objetos irregulares ou sem uma base adequada podem causar danos significativos ao canal anal e ao reto. Em alguns casos, brinquedos podem ficar presos dentro do ânus, o que pode exigir intervenção médica para remoção,” alerta.

Segundo a Dra. Clara, o acompanhamento médico regular é importante para aqueles que praticam o fisting com frequência. “Cada corpo é diferente, e um proctologista pode ajudar a monitorar a saúde anal e prevenir complicações. O papel do médico não é julgar, mas sim orientar e oferecer suporte.”

Além dos cuidados físicos, a prevenção de ISTs também é crucial. “Se a mão entrar em contato com áreas contaminadas por ISTs antes da penetração, há o risco de transmissão. Higienizar bem as mãos e trocar de luvas ao mudar de parceiro ou de orifício (por exemplo, do ânus para a vagina) são medidas importantes para evitar infecções,” recomenda a Dra. Clara.

A Dra. Clara explica que o músculo anal pode se tornar temporariamente flácido após o fisting, mas normalmente recupera sua tonicidade com o tempo. “No entanto, praticar o fisting com muita frequência pode levar a uma flacidez permanente devido ao estiramento repetido das fibras musculares. Por isso, é importante dar tempo para o corpo se recuperar entre as sessões.”

Por fim, a Dra. Clara aborda a questão da higienização anal, que, embora não seja obrigatória, pode aumentar o conforto e a segurança. “Recomendo o uso de uma pequena quantidade de água tratada para realizar a lavagem do reto antes da prática. Isso pode ajudar a evitar desconfortos durante a penetração.”

O fisting é uma prática que, apesar de complexa, pode ser explorada com segurança e prazer, desde que sejam seguidas as orientações adequadas. Respeitar os limites do próprio corpo e manter uma comunicação clara com o parceiro são essenciais para uma experiência segura e positiva.