A Dra. Clara Assaf, médica proctologista, trouxe à tona um tema delicado, porém relevante: a coceira no ânus após o sexo anal. Segundo a especialista, essa queixa é mais comum do que se imagina, mas poucas pessoas se sentem à vontade para discutir o assunto. No entanto, a coceira pode ter várias causas, incluindo falta de lubrificação, reação alérgica ao lubrificante ou à camisinha, hipertonia muscular, ou até mesmo verminoses.
“Coceira no cool depois do sexo anal: muita gente sente, ninguém fala abertamente sobre. Percebi que isso era comum porque muitos pacientes chegam com essa queixa lá no consultório e a verdade é que quase sempre a explicação é bem simples”, explicou a médica.
De acordo com Dra. Clara, na maioria dos casos, a coceira está diretamente relacionada à falta de lubrificação adequada durante a relação. “O que acontece é que durante o rala e rola, o atrito no canal anal causa a abertura de microfissuras, que tendem a ser mais numerosas nas relações mais intensas e também mais ‘sofridas’, com pênis e brinquedos com um diâmetro mais avantajado”, alertou.
Ela destacou que o uso correto de lubrificante é fundamental para minimizar o atrito e, consequentemente, evitar a formação dessas microfissuras. “Quanto menos lubrificação, mais atrito, mais microfissuras e, por consequência, mais coceira. Nesse caso, o prurido pode vir acompanhado de um leve sangramento e também de ardência no banho pós-relação”, afirmou a especialista.
Dra. Clara também ressaltou como a cultura pornográfica influencia a percepção equivocada sobre o sexo anal. “Muita gente faz piada com isso e eu sei que o consumo de pornografia acaba fazendo a gente naturalizar algumas coisas, mas se machucar fazendo anal não é normal. Não é normal sangrar, arder na hora de lavar, coçar etc. E a principal causa pra isso acontecer é não usar lubrificante adequado, não usar lubrificante suficiente, não reaplicar ele conforme for secando etc.”, comentou.
Em um tom descontraído, mas assertivo, a médica alertou sobre os perigos de usar cuspe como lubrificante, frisando que ele não é adequado para esse fim. “Sobre cuspe, não preciso nem dizer, né? Não é lubrificante. E, se você insistir em dar o cu no cuspe a vida inteira, tudo bem. Mas já salva aí meu número pra gente operar sua fissura crônica daqui a alguns anos. É sobre escolhas”, finalizou.
Porém, a médica fez questão de lembrar que, em uma minoria de casos, a coceira pode ter outras causas. “Em uma minoria de casos, essa coceira pode ser causada por reação alérgica ao lubrificante ou à camisinha, uma hipertonia muscular, verminoses (bem mais comuns do que a gente imagina) e até mesmo alguma IST. Nesse caso, é importante consultar um proctologista”, aconselhou.
Para concluir, Dra. Clara Assaf deixou um recado direto e cheio de humor: “Lubrifiquem esse cu. Não deixem ele se machucar. Ele merece ser tratado como um rei. Ele é um guerreiro. Ele merece todo seu amor e carinho.”