Strike a pose

Cross dressing: o que é? Saiba mais sobre essa prática da cultura LGBTQIA+

Entenda a diferença entre cross dressing e drag para não errar mais na conversa do bar

Foto da cross dresser brasileira Organzza
Organzza, drag queen do Rio de Janeiro, foi a primeira vencedora do RuPaul's Drag Race Brasil | Reprodução/Redes Sociais

O cross dressing foi um dos termos mais pesquisados por brasileiros em 2020, mas a dúvida sobre o que significa crossdressing ainda permanece, em grande parte por causa da popularidade dessa prática.

Recentemente, fotos antigas de soldados alemães praticando o cross dressing durante a Segunda Guerra Mundial vieram à tona, mostrando que essa prática não é nada recente na história LGBTQIA+.

O cross dressing é a prática de adotar roupas, acessórios, trejeitos e comportamentos do gênero oposto. Isso significa que tanto pessoas do gênero masculino quanto do feminino podem aderir à prática.

Na verdade, o cross dressing vem sendo usado para substituir o antigo termo latino “travesti” na área de estudos de gênero e teoria Queer.

Segundo o pesquisador Jamie C. Capuzza, em seu livro Estudos de comunicação transgênero: histórias, tendências e trajetórias, apesar de ainda usado popularmente, o termo “travesti” caiu em desuso nos estudos de gênero, comportamento e sexualidade.

Cross dressing: teatro e performance

O cross dressing, ou travestismo, é uma prática muito mais antiga do que se imagina. As trupes teatrais inglesas e europeias adotavam a prática de cross dressing para atores que interpretavam papeis femininos.

Além disso, há referências ao cross dressing em mitos e epopéias desde a Antiguidade Grega, assim também como no hinduísmo, xintoísmo e na mitologia nórdica.

Atualmente, o programa de reality show norte-americano RuPaul’s Drag Race é um grande exemplo dessa prática.

A diferença entre cross dressing e drag diz respeito ao objetivo da prática de vestir roupas e adotar expressividade do gênero oposto. A prática de drag envolve o cross dressing para fins de arte, perfomance, entretenimento e comédia.

Questões sociais da prática

Há muitas diferenças entre expressividade de gênero e identidade de gênero. O termo cross dressing significa apenas a prática de usar roupas e trejeitos do gênero oposto, e não requer que seu praticante tenha qualquer identidade de gênero específica.

Presença literária do cross dressing

Esta prática tem uma ampla representatividade na cultura e tradição populares, em todas as partes do mundo.

Na literatura e mitologia, assim como nos filmes e seriados, a prática do uso de roupas do gênero oposto tem bastantes exemplos.

Na mitologia nórdica, por exemplo, o deus germânico do trovão Thor se disfarça de Freya em uma de suas aventuras. Os disfarces de transformismo eram muito populares na ficção gótica europeia, com exemplos na literatura de escritores como Charles Dickens, Alexandre Dumas e Eugène Sue.

Nas peças de Shakespeare, a prática de travestismo é muito utilizada como recurso narrativo dentro do enredo. É o caso de Décima segunda noite (Twelfth Night), por exemplo. Segundo artigo de pesquisa de Johnová, a prática nas peças shakespeareanas era mais comum entre as personagens femininas, como Portia, Viola e Rosalind.

No cinema, o exemplo mais famoso da prática é o filme Tootsie, com Dustin Hoffman e Jessica Lange.

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais antigos
mais recentes
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários