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Uma das críticas de pessoas conservadoras e líderes religiosos à comunidade LGBTQIA+ é que não existe homossexualidade na natureza. Dizer que a homossexualidade é antinatural, no entanto, é falta de informação científica.
Veja neste artigo exemplos de homossexualidade entre animais que desprovam o argumento de que comportamento homossexual não é natural.
Existem animais gays?
O biólogo canadense Bruce Bagemihl, PhD, publicou o livro Biological Exuberance: Animal Homosexuality and Natural Diversity em 1999. Em seu livro, o cientista investigou a homossexualidade animal, tendo encontrado inúmeros exemplos em diversas espécies.
No entanto, a pesquisa de Bagemihl ainda tem pouca representação na mídia. Ainda assim, a investigação de Bruce Bagemihl rendeu exemplos de homossexualidade no reino animal em cerca de 1500 espécies diferentes.
Pinguins podem ser gays
Existem muitos exemplos de casais gays no mundo animal, mas nenhum mais famoso que o “caso de amor dos Pinguins Gays“.
Na verdade, existem três casais de pinguins homossexuais: Sphen e Magic são um casal de pinguins machos em um zoológico na Austrália. Eles inspiraram um episódio da série Atypical, da Netflix.
Enquanto isso, um zoológico em São Francisco também ostenta seu casal de pinguins gays. Harry e Pepper ficaram juntos até dezembro de 2009, quando a pinguin talarica Linda seduziu Harry, e os separou dramaticamente.
Para ser mais preciso, Harry é, na verdade, bissexual. O triângulo amoroso entre os pinguins gerou um episódio hoje famoso da série Parks and Recreation.
O casal de pinguins machos mais antigo, no entanto, foi encontrado no zoológico de Central Park, em Nova York. A história dirá que eram “colegas de quarto”, mas Roy e Silo acasalaram, e inclusive cuidaram de uma pedra como se fosse um ovo.
A equipe de veterinários do zoológico percebeu o casal, presenteando-os com o ovo de um casal hétero que não foi pra frente. Assim, Roy e Silo viraram pais orgulhosos de sua filhinha adotiva, Tango.
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Girafas gays dividiram o partido trabalhista inglês
Em outubro de 2019, Dawn Butler usou o exemplo de girafas gays para levar uma mensagem ao parlamento. Segundo o jornal The Guardian, Butler tinha boas intenções, mas informações insuficientes.
“Noventa por cento das girafas são gays”, disse a representante da pasta de mulheres e igualdades, em um evento de premiação da PinkNews. “Vamos simplesmente aceitar as pessoas como elas são e viver como nós mesmos, verdadeiros e autênticos.”
Embora Butler tenha usado o exemplo de girafas homossexuais para defender a conscientização sobre homossexualidade em escolas públicas, seu comentário não foi bem aceito.
Lachlan Stuart, um conselheiro político do parlamento, foi ao Twitter comentar que o comentário de Dawn foi “homofóbico”. Segundo Stuart, o comportamento sexual entre girafas do mesmo sexo é uma demonstração de dominância. Sendo assim, dizer que girafas são gays seria comparar comportamento homossexual entre humanos com tentativas animalescas de dominação.
Stephanie Fennessy, diretora da Giraffe Conservation Foundation, concordou com Stuart. “Às vezes, elas fingem montar umas nas outras, o que também é um comportamento de dominância. Os cães também fazem isso. E quando você os vê se agarrando, é uma briga. É cruel. Eles podem matar uns aos outros”, concluiu Fennessy.
Mas há quem pense diferente: a Dra Natalie Cooper, pesquisadora em ciências biológicas do Museu de História Natural, vê as coisas de modo diferente. As girafas montam umas nas outras, esfregam o pescoço, lambem-se e fazem estimulação nos genitais. “No momento, não acho que tenhamos pesquisas suficientes para saber por que os machos fazem isso”, diz Cooper. “Geralmente há fêmeas por perto, então não é só porque não há fêmeas.”
De todo modo, Natalie concorda que chamar as girafas de “gays” é um pouco arriscado, já que a identificação sexual é da esfera humana. Embora seja incorreto rotular girafas, é certo que o comportamento sexual animal tambem não é hétero. Isso porque tanto a heterossexualidade quanto a homossexualidade são experiências humanas.
Leões gays e turismo LGBTQIA+
Em 2017, um fotógrafo capturou dois leões “acasalando” na selva. O momento capturado viralizou na Internet, mas o debate gerado pela foto mostra mais da incompreensão humana do que homossexualidade animal.
Em resposta às fotos do parque nacional Masai Mara, no Quênia, o Dr. Ezekiel Mutua, diretor do Instituto de Classificação de Filmes, foi ao Twitter comentar o ocorrido. Segundo ele, o comportamento dos leões foi uma imitação dos visitantes homossexuais do parque.
Segundo o jornal El País, o diretor do órgão de censura disse: “Seu comportamento é estranho e acho que a única explicação é que os animais viram casais homossexuais em comportamentos impróprios quando visitam o parque.”
