Leather é uma subcultura da comunidade gay nascida na segunda metade dos anos 1940 e 1950 em grandes metrópoles dos Estados Unidos.
Leather: fetiche ou pertencimento?
Diferentemente do que acredita o senso comum, o leather não é necessariamente um fetiche sexual, mas uma expressão de identidade. O pertencimento dos adeptos ao leather é parte central na comunidade.
No entanto, a cultura do couro inclui um estilo de vida centralizado na vestimenta de itens de couro, como jaquetas de couro, coletes, botas, calças. Sendo assim, a sexualidade e o prazer tátil do couro fazem parte da subcultura.
Leather: expressão de identidade
Em um artigo originalmente publicado no Vice US, Juliette Maigné investigou a comunidade do couro em uma série de entrevistas. A jornalista descreve um bar nova-iorquino que centraliza grande parte da comunidade na cidade americana.
“O Eagle conta com uma loja própria de artigos em couro, barbearia e engraxate. Embaixo de uma moto pendurada no teto, as paredes estão cheias de fotos de soldados da Segunda Guerra Mundial“, escreve Maigné.
Origem do leather
A subcultura surge depois do fim da Segunda Guerra. Segundo Robert Bienvenu, em seu livro “Development of the gay leather style”, essa subcultura originou-se de dois grupos: motoqueiros californianos no pós-guerra, em Los Angeles, e praticantes de BDSM “pré-leather” de NY.
Fetiche, às vezes
Juliette Maigné descreve o interior do bar Eagle, destacando os aspectos fetichistas. “No primeiro andar, grandes telas passam filmes pornô. Homens parrudos bebem seus drinques de canudinho em bancos de madeira enquanto outros, nus exceto pelos arreios, dançam na pista iluminada em vermelho“, escreve a autora.
Nos anos cinquenta, o maior ícone sexual leather foi Marlon Brando, cujo estilo despretensioso e confiante foi usado como modelo de masculinidade.
Tom of Finland foi um artista finlandês que desenvolveu arte homoerótica altamente estilizada. Ele foi decisivo para determinar o look do leather enquanto expressão identitária da comunidade de homens gays.
“Eu sinto cheiro de couro”
Embora o estilo couro de vida se desenvolva em comunidades de homens gays, hoje em dia, há bastante expressividade da subcultura entre mulheres lésbicas.
Uma das maiores expoentes desse estilo entre mulheres é a cantora de rock Joan Jett, que tornou sua jaqueta de couro vermelho um símbolo da subcultura.