Entenda

O que é CDzinha? Conheça o significado da abreviatura

CDzinha é uma gíria em portugês que significa "crossdresser". Endenda a diferença entre drag, CDzinha, trans e travesti.

O que é CDzinha?
A deputada federal transgênero Erika Hilton explica por que prefere usar a denominação travesti em vez de mulher trans | Divulgação/Agência Brasil

Segundo a travesti e antropóloga social Pietra Azevedo, “cdzinha é uma palavra que representa o abrasileiramento da expressão crossdresser“. Isto é, trata-se de uma gíria que desgina alguém que pratica o crossdressing.

O crossdressing é uma prática de vestir roupas e adotar a expressividade de gênero do sexo oposto. Portanto, a prática do crossdressing não determina gênero sexual.

Nesse sentido, a abreviatura CDzinha significa “alguém que pratica crossdressing” em gíria brasileira. Portanto, CDzinha é sinônimo de crossdresser.

Segundo Daniela Andrade, para entender a diferença entre crossdresser, travesti e drag, é preciso distinguir entre orientação sexual e identidade de gênero.

Se uma pessoa tem identidade de gênero feminina (mulher) e se atrai por alguém com identidade de gênero feminina, logo, ela é homossexual”, explica Daniela, diretora do Fórum Paulista da Juventude LGBT.

Drag ou CDzinha?

Drag queens são performers que se vestem com roupas do sexo oposto e adotam expressão de gênero feminina, independente da sua identidade de gênero, para shows de drag. Isto é, performers drag fazem crossdressing, mas não necessariamente são CDzinhas. Isso porque, antes de tudo, são artistas.

Nesse sentido, uma drag queen é uma persona artística, e pode ser usado para humor, sketches de comédia, stand-up, lip sync, etc.

Já os crossdressers, CDzinhas em gíria brasileira, são pessoas que usam roupas associadas ao gênero oposto em seu cotidiano. Todavia, “CDzinhas” não se entendem como artistas performáticos, mas como alguém que se veste como o sexo oposto por interesse ou fetiche.

Trans ou travesti?

É uma questão de identificação. Algumas vão usar travesti, outras mulheres, trans. A diferença está em como as pessoas cisgênero nos enxergam“, disse a professora de voguing Lázara dos Anjos.

Em entrevista para a revista eletrônica Universa, do portal Uol, a professora de vogue de Belo Horizonte afirmou que usa o termo “travesti” como forma de resistência política.

Similarmente, a deputada federal do PSOL Érika Hilton explicou à revista porque prefere se chamar de “travesti” em vez de mulher trans.

“Ao me apresentar como travesti, especialmente no Parlamento, quero demarcar a luta histórica que as travestis travaram durante muito tempo. A palavra traz consigo resistência, luta e ação, é um marcador social da nossa trajetória“, explicou a representante popular.

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