Assim como um homem trans pode ter qualquer orientação sexual, uma mulher trans também pode ser lésbica ou heterossexual. Isso porque há diferença entre sexo biológico, identidade de gênero, expressão de gênero e sexualidade, isto é, a orientação sexual de uma pessoa.
Mulher trans: identidade × sexualidade
Em entrevista ao site Universa, do portal UOL, a psicóloga especialista no tema Paola Ruchinsque explicou a diferença. Segundo ela, “identidade de gênero é a maneira que [a pessoa] se percebe no mundo. Já a sexualidade diz para quem [se] vai direcionar desejo, afeto e interesse em se relacionar.”
Sendo assim, por mais que a orientação sexual faça parte da identidade de alguém, a sexualidade não é determinada pela identidade de gênero. Desse modo, uma mulher trans pode ser lésbica, heterossexual, bissexual, entre outros.
A jornalista Gabriela Augusto, em ensaio “A tripla invisibilidade de mulheres trans e lésbicas”, comenta sobre os desafios de representação sociocultural de mulheres trans que se atraem por mulheres.
“Há a confusão entre identidade de gênero e orientação sexual. O primeiro conceito diz respeito a como alguém se vê (como uma mulher, por exemplo). O segundo está relacionado à direção que caminha o afeto da pessoa (ela pode se atrair por outra mulher). Por mais que a sociedade espere que essas duas dimensões sejam interdependentes, elas não são”, explica Gabriela, fundadora da Transcendemos Consultoria.
Exemplo de vida
A deputada do PSOL Duda Salabert é uma mulher trans lésbica. Ela é casada com Raissa Novaes, com quem está desde 2006. Elas tiveram filhos recentemente, em 2019.
Em suas redes sociais, Duda e Raissa, que moram em Belo Horizonte, compartilharam imagens de ultrassom em comemoração ao fato. As duas estavam na jornada pela gravidez desfe 2018.