Gays ancestrais

Sacred Band of Thebes: conheça o famoso pelotão gay da Grécia Antiga

Este exército de amantes homossexuais foi, durante muito tempo na história antiga, um exemplo de ferocidade e eficicência militar

Sacred Band of Thebes
Zack Snyder, criador de 300, está em negociações para uma série e uma sequência no cinema | Reprodução/Wagner Bros.

Sacred Band of Thebes, ou Batalhão Sagrado, foi o nome de um regimento militar composto de cento e cinquenta casais homossexuais, totalizando em trezentos homens. Eles formavam o exército de elite do Império tebano.

Aquele filme “300″, do Zack Snyder, de repente ficou mais interessante, não é? Inclusive, recentemente Snyder declarou que a Warner Bros. recusou uma ideia de sequência da franquia porque Snyder fez uma “história de amor gay”.

Tebas foi um Império espartano, na Grécia, conhecido pela inimizade com Atenas. O Sacred Band of Thebes (Bando Sagrado de Tebas, em português) defendia a cidade de Tebas, na Esparta, de invasores e detratores da lei do estado.

Sacred Band of Thebes: origens antigas

A fonte de informação primária sobre o Batalhão Sagrado aparece em um livro chamado Vidas Paralelas, de Plutarco (Queromeia, 46 d.C. – Delfos, 120 d.C).

Segundo o historiador e biógrafo Plutarco, o pelotão foi criado por Górgidas em 378 a.C. Vale lembrar que na época de Plutarco, que escrevia depois de Cristo, o o tal do Sacred Band of Thebes já não existia há muitos séculos.

Enquanto o Sacred Band of Thebes é conhecido assim pelos norte-americanos, no Brasil conhecemos esse exército por outros nomes. Pode-se encontrar informações pesquisando por “Batalhão Sagrado” ou “Exército Sagrado de Tebas”.

Sacred Band of Thebes: organização

Plutarco afirma que esse regimento sagrado era constituído por 150 erastês (amantes) e 150 erômenos (amados). Ademais, eles eram organizados por idade, já que todos os casais desse batalhão tinham diferença etária.

Para a Grécia Antiga, um erastês era um homem mais velho que mantinha relações afetivas com um homem mais novo (erômenos), geralmente um rapaz na transição para a fase adulta.

O exército de amantes existiu?

Plutarco usa o exemplo do Batalhão Sagrado para demonstrar que o amor é invencível. O historiador menciona o pelotão de amantes do século IV a.C. para tratar do assunto da guerra sem propósito. Para ele, o exército de amantes era eficaz justamente porque se amavam.

Sendo assim, um exército composto por homens que não se amavam seria sempre menos eficiente.

Homossexualidade na Grécia Antiga

Hoje em dia, temos “rótulos” para identificar orientação sexual, identidades de gênero e graus de sexualidades fora da norma. Isso porque, durante a história, a comunidade LGBTQIA+ lutou por direitos políticos por meio da organização de “etiquetas de identidade”, que hoje em dia são relativizadas por causa do progresso na conquista de direitos.

No entanto, na Grécia Antiga, a sociedade era muito diferente: as práticas homoafetivas eram aceitas, desde que por um período. Isso porque esperava-se que um homem tivesse filhos e esposa em algum momento.

Segundo o especialista suíço em Antiguidade Clássica Claude Calame, a relação entre um homem mais velho e um cara mais jovem fazia parte de um “processo de transição à maioridade”. Dessa forma, uma relação entre dois homens da mesma idade seria mal vista pelos gregos. Calame pesquisa poesia homoerótica tanto masculina quanto feminina, como Safo e Alceu.

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais antigos
mais recentes
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários