A luta continua , e a jornada ainda é muito longa
A boxeadora argelina Imane Khelif se tornou um epicentro nos jogos olímpicos de Paris. Ela venceu a luta contra a italiana Angela Carini, que desistiu após 46 segundos devido a uma pancada no rosto, necessitando de atendimento médico.
Quando Imane Khelif foi considerada vencedora, Carini chorou muito, e se recusou a cumprimentar Khelif .
Apesar de Carini ter abandonado a luta por conta da lesão, surgiram milhões de fake news alegando que a desistência ocorreu por Khelif ser considerada transgênero. No entanto, Khelif não é transgênero. Ela se identifica e cresceu como mulher, sendo intersexo por ter uma condição que não se encaixa nas normas médicas tradicionais de sexo feminino ou masculino.
A participação de Khelif nos Jogos de Paris gerou polêmica devido à sua desqualificação no Campeonato Mundial de Boxe Feminino em Nova Delhi, em março de 2023, após um teste de DNA. A Associação Internacional de Boxe (IBA) justificou a exclusão afirmando que Khelif violava a regra que impedia a participação de pessoas com cromossomos XY em torneios femininos.
Para a participação nas Olimpíadas 2024, assim como todos os atletas, Khelif foi submetida a exames antidoping, que também medem a presença da testosterona. Desta vez, com uma taxa abaixo do limite para o hormônio, ela foi liberada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
Em resumo, algumas mulheres intersexo podem ter níveis de testosterona mais altos do que a média para mulheres cisgênero, mas isso varia amplamente dependendo da condição intersexo específica. As regulamentações esportivas sobre testosterona continuam a ser um tema controverso, com implicações significativas para os direitos e a inclusão de atletas intersexo.
No entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) autorizou a participação de Khelif e da taiwanesa Lin em Paris, destacando que todos os participantes dos torneios de boxe dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 cumprem os requisitos de participação e elegibilidade, bem como todas as regulamentações médicas aplicáveis. O COI afirmou que “toda pessoa tem o direito de praticar esportes sem discriminação” e classificou como “enganosas” as publicações que questionavam a legitimidade de Khelif.
A história de Imane Khelif é um exemplo de resiliência e coragem, especialmente considerando o contexto sociocultural de seu país natal, a Argélia, onde a comunidade LGBTIQIAPN+ enfrenta severa discriminação. A homossexualidade é socialmente punida e a mudança de identidade de gênero é considerada ilegal. A inclusão de pessoas intersexo na sigla LGBTQIAPN+ representa uma luta contínua por direitos políticos e visibilidade.
Foi um caso bem claro de Intersexofobia. É um reflexo constante em um mundo tão preconceituoso. Toda a população LGBTQIAPN+ , já enfrentou ou ainda enfrenta discriminação. Pode parecer que minha narrativa seja repetitiva, mas a humanidade ainda não evoluiu em muitos aspectos. A luta continua , e a jornada ainda é bem longa.
Silvia Diaz , é Atriz, Performer, Dramaturga e Roteirista. Estudou interpretação Teatral(Unirio). Graduada em Produção Audiovisual(ESAMC). Dramaturgia ,SP escola de Teatro. Apenas uma Artista que vende sonhos em dias cinzentos. E quando os dias não forem tão trevosos, ainda assim continuarei a vender meus sonhos!! Cores, abraços, afetos, lua em aquário. Fluindo .
@silviadiaz2015