Eu escrevi inúmeras vezes, sobre amores que transcendem a realidade, tão intensos que parecem tocar o céu. Um desses amores marcou minha adolescência, deixando cicatrizes profundas e belas, como uma tatuagem na alma. Mas, se uma mortal como eu pode viver uma paixão tão avassaladora, imagine uma deusa como Marlene Dietrich.
Já mencionei aqui, em minha coluna, que existem amores tão etéreos que parecem não pertencer a este mundo. São sentimentos que nos atravessam, intensos, profundos, e ainda assim, inalcançáveis no plano terreno.
Eu mesmo vivi um amor assim, avassalador e arrebatador, que carrego até hoje em minhas memórias. Foi um amor da minha adolescência, uma paixão tão marcante que, embora tenha ficado no passado, deixou rastros que se transformaram em contos, crônicas e trilhas sonoras. Não, eu não busco reencontrar aquela menina. Superei todas as amarras desse amor da minha adolescência, como um traço de algo que moldou quem sou. Alguns amores, afinal, não são feitos para durar, mas nos deixam marcas tão profundas. Como uma mortal, conheci o amor pueril, avassalador e efêmero.
Imagine o que acontece quando uma deusa vive algo semelhante , um amor intenso, porém não correspondido, que ela carrega em suas memórias por toda a eternidade. É disso que falo quando menciono Marlene Dietrich.
Marlene Dietrich, atriz e cantora alemã naturalizada americana, foi muito mais que um ícone do cinema. Com sua beleza , voz inconfundível e aura de sofisticação, ela personificava o glamour e a elegância de uma época. Iniciou sua carreira no teatro , no cabaré alemão, chamando a atenção pela presença cênica e pelo talento.
Seu estrelato internacional começou com o papel de Lola-Lola em ,O Anjo Azul (1930), dirigido por Josef von Sternberg. Este filme não é apenas um projeto mundial, pois deu início a uma parceria histórica artística com o diretor. Nos anos 1930, Dietrich mudou para Hollywood, onde estrelou grandes sucessos como ,Shanghai Express (1932) e Desejo (1936).
Durante a Segunda Guerra Mundial, mostrou coragem ao apoiar os Aliados, recusando ofertas do regime nazista e apresentando-se para as tropas. Tornou-se cidadã americana em 1939, reforçando sua postura contra o nazismo. Sua moda e ousadia também se refletiram no estilo: os trajes andróginos, como smokings femininos, se tornaram sua marca registrada e influenciaram gerações. Além de sua carreira brilhante, Marlene Dietrich viveu de forma autêntica e desafiou tabus de sua época.
Assumidamente bissexual, manteve relacionamentos com homens e mulheres, ela era casada e teve uma filha. Então se apaixonou por Piaf .
Piaf, conhecida como a “Pequena Pardal” da música francesa, era uma das maiores cantoras de todos os tempos. As duas se conheceram em 1948, em Nova York, e rapidamente desenvolveram um vínculo profundo.
Marlene, apaixonada por Piaf, fazia de tudo por ela. Acompanhou-a em turnês, consolou-a nas tragédias e, ironicamente, chegou a ajudá-la a encontrar os braços de outros amantes. Esses mesmos amantes receberam o amor que Marlene desejava, mas nunca teve.
No entanto, a devoção de Marlene foi colocada à prova pelo relacionamento de Piaf com as drogas. Em sua autobiografia de 1984, Dietrich escreveu: “Quando começou a se drogar, deixei de ser fiel a ela. Era mais do que eu poderia suportar. […] Meu amor por ela persistia, mas havia se tornado inútil. Abandonei Edith Piaf como uma criança perdida, algo que sempre lamentarei e levarei para sempre no coração’’.
Marlene Dietrich, a estrela que iluminou gerações, carregou consigo a chama inextinguível de seu amor por Edith Piaf.
A imagem da diva, ajoelhada aos pés da cantora em seu dia de casamento, ajustando delicadamente seu sapato, sob o olhar atento dos fotógrafos, é um testemunho eterno desse afeto profundo. A mulher que cativou multidões, submetendo-se à devoção mais sincera diante de sua amada, revelando que no amor somos todos iguais, deusas, deuses e mortais..
Cultivemos nossas ilhas !! Eu sinto !!
Silvia Diaz , é Atriz, Performer, Dramaturga e Roteirista. Estudou interpretação Teatral(Unirio). Graduada em Produção Audiovisual(ESAMC). Dramaturgia ,SP escola de Teatro. Apenas uma Artista que vende sonhos em dias cinzentos. E quando os dias não forem tão trevosos, ainda assim continuarei a vender meus sonhos!! Cores, abraços, afetos, lua em aquário. Fluindo . Cultivando minha Ilha.. Eu Sinto…