LGBTQIA+

O baile dos 41

El Baile de los 41

El Baile de los 41
'El baile de los 41' Divulgação/Netflix

Assisti ao filme “O Baile dos 41” (El Baile de los 41) em uma mostra LGBTQIA+ e, apesar de toda a atmosfera trágica, é um filme muito sensível e impactante. Com roteiro de Monika Revilla, direção delicada de David Pablos e produção de Pablo Cruz, o filme conta a história de um baile secreto gay no México do início do século XX.

Em 17 de novembro de 1901, uma operação policial ilegal foi realizada em uma casa particular na Cidade do México, onde 42 homens da alta sociedade, muitos deles políticos proeminentes, se reuniam frequentemente em um clube secreto com rígidas regras de confidencialidade. Naquela noite, 19 dos presentes estavam vestidos com roupas femininas. A festa foi interrompida pela polícia, que prendeu 41 homens , apenas um conseguiu escapar. Apesar dos esforços do governo para abafar o incidente, a imprensa divulgou o escândalo, destacando que os participantes pertenciam aos escalões superiores da sociedade, incluindo Ignacio de la Torre y Mier (interpretado por Alfonso Herrera), genro do então presidente Porfirio Díaz (Fernando Becerril).

Este evento foi significativo por ser a primeira vez que a homossexualidade foi discutida abertamente na mídia mexicana, tendo um impacto duradouro na cultura do país. Durante o período conhecido como “Porfiriato”, governado por Porfirio Díaz, o caso se tornou um dos maiores escândalos sociais. A lenda diz que o único que escapou foi Ignacio de la Torre y Mier.

O filme foca na história de Ignacio e seu romance com Evaristo Rivas, outro político da época. Ignacio, apesar de ser gay, casou-se por conveniência com a filha do presidente para alcançar seus objetivos políticos, enquanto vivia um intenso romance com Evaristo, que foi descoberto por sua esposa, Amada Díaz.

Apesar de a homossexualidade não ser considerada crime, os 41 homens foram ilegalmente detidos, humilhados e forçados a varrer as ruas da capital com as roupas que usavam na festa. Nas horas seguintes à operação policial, muitos dos detidos, pertencentes a famílias abastadas, foram libertados mediante pagamento de propinas. Os que não tinham recursos suficientes foram incorporados à força no Exército e enviados para lutar na Guerra das Castas, em Yucatán. Esse banimento foi uma forma de punição, e é provável que muitos tenham sofrido abusos no Exército, com seus destinos finais desconhecidos. Alguns historiadores acreditam que muitos morreram em batalha.

“O Baile dos 41” é um retrato sensível e poderoso de um capítulo obscuro e significativo da história mexicana, abordando temas de amor, preconceito e repressão com grande delicadeza e profundidade.

A homofobia e o preconceito contra a comunidade LGBTQIA+ são tristes realidades que persistem na sociedade, refletindo o medo e a ignorância enraizados na humanidade ao longo dos séculos.

Esse estigma tem profundas raízes religiosas, sociais e culturais, que perpetuam a intolerância e a exclusão.

Cada pessoa  possui um valor intrínseco e tem o direito de viver plenamente e sem discriminação.

Via Adoro Cinema

Via Uol

Via Uol

Silvia Diaz , é Atriz, Performer, Dramaturga e Roteirista. Estudou interpretação Teatral(Unirio). Graduada em Produção Audiovisual(ESAMC). Dramaturgia ,SP escola de Teatro. Apenas uma Artista que vende sonhos em dias cinzentos. E quando os dias não forem tão trevosos, ainda assim continuarei a vender meus sonhos!! Cores, abraços, afetos, lua em aquário. Fluindo ..

@silviadiaz2015