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Direito a Deus

Entre Jesus Cristo e o Cristianismo, eu escolho Cristo

Você já analisou que, a despeito das igrejas não gostarem de questionamentos, Jesus Cristo questionou o sistema religioso de sua época?

Publicado em 03/03/2022

Seja qual for a fé professada, quando se está inserido em um grupo religioso é comum se deparar com a barreira do questionamento. Os líderes não gostam de ser questionados. Este não é um cenário novo. Quando Jesus veio, ele questionou e recebeu a morte de cruz como reprimenda. Mas, o fato é que Cristo não somente questionou, ele revolucionou.

René Descartes, considerado o Pai da Filosofia Moderna, se dedicou a busca da verdade. Diante da falta de concordância entre as teorias trazidas pelos filósofos antecessores, Descartes passa a questionar todos os ensinos e começa a se dedicar ao aprendizado das coisas por si, ao invés de acreditar apenas naquilo que ele lia e ouvia.

René desenvolveu 4 regras para se chegar ao conhecimento da verdade: 1) nunca aceitar nada como verdadeiro à primeira vista. Algo deve ser aceito como verdadeiro quando for tão claro e distinto que não haja razão para se duvidar; 2) dividir o problema em tantas partes quantas forem possíveis (analisar parte por parte); 3) pensar de forma ordenada, começando pelas coisas mais simples e fáceis, para depois partir para as mais complexas; 4) prestar atenção aos detalhes.

A despeito de René ter chegado à conclusão de que sua dúvida permanecia em muitos aspectos, isso o levou ao pensamento e, por consequência, à célebre frase: “penso, logo existo”.

Pois bem. Pensar, refletir, analisar e criticar fazem parte da existência humana. Quando Deus criou o homem conferiu-lhe inteligência para dar nome a todas as demais obras criadoras, assim como deu-lhe o livre arbítrio para pensar e tomar suas próprias decisões, inclusive arcando com as consequências da desobediência.

Durante toda a trajetória do povo de Israel, descrita no antigo testamento bíblico, é perceptível que alguns seguiam pelo bom caminho e outros não. O que não se pode negar é o fato de que o Criador concedeu ao homem a prerrogativa de pensar e decidir. E foi com o uso do pensamento que os fatos mais importantes do cristianismo aconteceram.

Quando Jesus veio ao mundo não foi diferente. Na forma de homem e como ser pensante, Cristo traz o seu ensino, se coloca em divergência com o sistema religioso judaico da época, se revolta com as práticas cometidas no templo e demonstra que veio para promover uma nova doutrina, confirmando o que já havia sido dito acerca dele no antigo testamento.

Além disso, Cristo corrige alguns ensinos da lei judaica (como no caso do divórcio, descrito no Evangelho Segundo Mateus 19) e apresenta o seu Reino como não pertencente a este mundo (Evangelho Segundo João 18:36). Os judeus acreditavam que o Messias viria como Rei dos Judeus, promovendo uma revolta contra o império romano. Porém, os planos divinos não eram esses.

De todo modo, o fato é que Jesus pensou, agiu, criticou, questionou e não se calou, ensinando a multidão durante os aproximados três anos do seu ministério quando, então, foi crucificado. A voz incômoda foi calada.

A despeito disso, o cristianismo surge e, em que pese as duras perseguições, a doutrina cresce. Conforme disse o sábio Gamaliel, se o cristianismo fosse de Deus, não seria possível impedir seu crescimento.

As perseguições acontecem até o século IV, quando a igreja se torna a religião oficial do império, no tempo de Constantino. A partir desse marco, perpetua-se um ensinamento que nunca esteve no coração de Deus: é proibido questionar a santa igreja católica.

No entanto, assim como os judaístas estavam cometendo atos completamente contrários àqueles ensinos dados por Deus aos patriarcas, a igreja começa a criar doutrinas nunca pregadas por Jesus. Valendo-se de um povo que não tinha acesso às escrituras, os líderes cristãos passam a definir sua doutrina em conformidade com os seus interesses, e todos aqueles que as questionassem eram considerados hereges. A religião que outrora sofreu perseguição e teve os seus dogmas questionados passa a perseguir toda doutrina contrária à sua linha de pensamento.

O “ide e pregai o reino” começa a se tornar fundamento para as maiores atrocidades cometidas pela igreja católica no propósito de levar o cristianismo a todos os povos. Somado a uma série de abusos cometidos pela igreja, a salvação deixa de ser pela graça e passa a ser por meio da compra do perdão. Claro, os que eram menos favorecidos financeiramente não alcançavam o direito ao céu.

Nesse período, um monge chamado Martinho Lutero, ao estudar a Bíblia e ler o trecho “o justo viverá pela fé”, diante de todos os atos abusivos cometidos pelos líderes católicos, começa a questionar aqueles ensinos na tentativa de que a igreja reconhecesse o seu erro. Lutero não tinha a intenção de promover uma revolução. Entretanto, assim como Jesus, Lutero questionou o sistema religioso e foi excomungado. Ele, contudo, não estava errado. Pode ter sido excluído da igreja, mas não do Reino de Deus. Aliás, ele era o que Deus estava levantando naquele momento para trazer uma reforma que mudaria para sempre a história do cristianismo. Lutero também foi uma mente pensante que existiu e questionou o que precisava ser questionado. A prova disso é que a igreja católica de hoje não se orgulha da igreja católica do período medieval.

Caro leitor, Deus não nos fez para termos a nossa capacidade de raciocínio tolhida e atrofiada. Conforme bem concluiu Descartes, não devemos assimilar tudo como verdade, mas devemos analisar o que ouvimos e nos atentarmos para os detalhes. A Bíblia é feita de detalhes.

Todavia, em que pese toda a importância dos atos promovidos por Lutero, a Reforma Protestante corrige alguns erros da igreja católica, mas em outros aspectos também cria óbices e pregações não vindas de Deus.

A Igreja Católica não permitia que as pessoas tivessem acesso às escrituras. A reforma protestante dissemina o acesso às escrituras, mas não abre espaço para interpretações contrárias ao que é pregado pelos líderes.  E, nesse compasso, as igrejas começam também a criar doutrinas, recriminando qualquer tipo de questionamento, tolhendo e atrofiando qualquer forma de raciocínio e capacidade de pensamento dos seus seguidores. Assim fica mais fácil dominar suas ações e gerar dependência.

Além disso, as igrejas protestantes incorporam as listas de pecados criadas pela igreja católica e, a partir disso, sem ao menos pesquisar, passam a condenar atos que se quer foram realmente condenados na Bíblia, afrouxando com o tempo alguns e outros não.

Quando Derrick Bailey questiona os textos bíblicos usados para condenar os homossexuais, e escreve a obra Homossexualidade e Tradição Cristã Ocidental, ele também se torna uma mente pensante em busca da verdade, assim como Jesus Cristo e Martinho Lutero.

A análise feita por Bailey envolve um retorno à origem da condenação imposta pela igreja ao sexo entre iguais, assim como uma viagem ao contexto histórico, cultural, social e linguístico que envolvem as passagens. Nisso, há o ato de pensar, questionar e examinar as escrituras, conforme, inclusive, foi determinado por Jesus (Evangelho Segundo João 5:39).

Bailey abriu espaço para que outros teólogos e historiadores escrevessem sobre o que realmente a Bíblia diz nos textos que supostamente condenam os LGBTIs, a exemplo de John Boswell, que escreveu a obra Cristianismo, Tolerância Social e Homossexualidade. Inclusive, corroborando com o fato histórico de que a Igreja somente começou a condenar o sexo homossexual a partir do século XII, Boswell encontrou registros de casais do mesmo gênero que foram abençoados pela igreja até o século XI.

A partir desses fatos outros escritos surgem e a Teologia Inclusiva é propagada até chegar aos nossos dias. Mais uma vez somos convidados a uma consciência histórico-crítica que nos encaminhe à reflexão de todo o ensino passado pela tradição.

A verdade é que Deus não fez o homem para ser irracional, incorporando todo ensino lançado em sua mente, sem ao menos questionar se existe coerência com as escrituras. E muito menos o criou para se calar diante de interpretações que não fazem sentido.

Jesus é a Verdade e, como cristãos, precisamos perder o medo da busca por essa Verdade. É necessário desconstruir o dogma de que ninguém pode questionar o que os líderes religiosos dizem. Muitos já sofreram por isso, não apenas os LGBTIs.

Existimos sim e, portanto, pensamos, analisamos e questionamos. Se necessário for, mudamos a doutrina novamente, e promovemos a Reforma Inclusiva. O que não dá é para continuar caminhando uma trilha que não reflete as Escrituras. Entre Cristo e o Cristianismo, eu escolho Cristo. E você?

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