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Direito a Deus

O entendimento de que os homossexuais devem ser celibatários

Líderes religiosos, protestantes ou católicos, dizem que os homossexuais podem ter uma vida cristã, desde que sejam celibatários. Há fundamento bíblico para essa imposição?

Publicado em 09/05/2022

Em setembro de 2020 um pastor, respondendo questionamentos de seguidores, disse: “A igreja tem um princípio bíblico. E a prática homossexual é considerada pecado. Eles podem ir para um clube gay. Mas, na igreja, não dá. A igreja é lugar de quem quer viver princípios bíblicos. Não é sobre expulsar. É sobre entender o lugar de cada um”.

É bem notório o nível de preconceito desse pastor. Enfim.

Fato é que as lésbicas, os gays, os bissexuais, os pansexuais e os transgêneros, que frequentam igrejas tradicionais, sejam protestantes ou católicas, frequentemente são “convidados” a viverem um celibato, como condição para serem aceitos nas igrejas, sob o fundamento de que “precisamos lutar contra os desejos da carne, pois somos chamados para viver a santidade”. Nesse contexto, defendem que do mesmo modo os jovens renunciam a prática do sexo antes do casamento por amor a Deus.

Dentre todas as falas religiosas que já ouvi, a mais cruel na minha concepção foi a de um pastor que disse: “os homossexuais que deixam as práticas por amor de Deus e passam a viver para Deus são os que trabalham na igreja com mais amor“.

Bom, um primeiro ponto que eu analiso nessas falas é que viver uma abstinência sexual por um período, como é requerido dos jovens em geral, é uma coisa. Porém, viver essa renúncia pela vida inteira, sendo obrigado a viver a solidão, é outra coisa completamente diferente. Lembrando que o próprio Deus fez a Eva porque não seria bom para o homem viver só. Não obstante Deus estivesse no jardim do éden com Adão, Ele sabia que isso não supriria todas as necessidades que Ele mesmo tinha criado no homem. Logo, esse discurso de que “Deus vai te bastar” é falácia religiosa. Somos seres humanos naturalmente dotados de desejos criados pelo próprio Deus.

Eu sempre digo que as igrejas tradicionais foram obrigadas a reformular a fala. Primeiro pregaram a “cura gay”, sem sucesso. Muitos se deixaram levar e hoje se sentem presos em casamentos nos quais não são felizes. E como a tal “cura gay” não veio, precisaram mudar o discurso para “não há problema em ser homossexual, o problema são as práticas”, o que notoriamente é um remendo de quem foi vencido pelo fracasso do primeiro discurso.

Existe ainda uma fala que chega a ser mais cruel e sem qualquer fundamento, que é a comparação da orientação sexual com crimes como pedofilia ou estupro. Assim dizem: “você pode lutar contra essa inclinação do mesmo modo que um pedófilo”.

O que as pessoas não sabem é que para existir um crime, como a pedofilia, é necessário que o ato seja praticado contra uma outra pessoa ou algum bem dela.

Apesar disso, um fato que hoje causa menos controvérsia é que a orientação sexual é algo inerente ao ser humano, seja ela heterossexual, homossexual, bissexual ou pansexual.

Uma boa parte dos líderes que antes acreditavam que lésbicas e gays precisavam de cura, hoje apresentam uma pregação diversa, entendendo ser natural, apesar da imposição do celibato como meio de viver uma vida cristã. Inserem o celibato como se fosse a cruz que a pessoa precisa carregar.

Entretanto, o que a Bíblia diz acerca dessa imposição do celibato? Vamos lá:

Na passagem de Mateus 19: 11-12, Jesus ensina acerca dos eunucos celibatários:

Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber essa palavra, mas só aqueles a quem foi concedido. Por que há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do Reino dos céus.”

Note que os ‘eunucos pelo Reino se castraram a si’, ou seja, Jesus estava falando de um ato voluntário.

Do mesmo modo, quando Paulo fala do celibato (I Coríntios 7:6-7), ele reconhece que “cada um tem de Deus o seu próprio dom”. Nessa linha, ele diz: “Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar-se do que abrasar-se”.

Ora, Paulo mesmo reconhece que aqueles que não receberam esse ‘dom’ de não sentirem a necessidade de casar acabam se ‘abrasando’, exatamente como acontece com lésbicas, gays, bissexuais e pansexuais quando se permitem viver conforme a sua orientação sexual, passando a adotar uma vida dupla para não perderem o espaço na igreja.

Não é à toa que tanto Jesus quanto o apóstolo Paulo falam do celibato como algo que deve ser voluntário e não imposto, de modo que as igrejas que impõem a renúncia do sexo aos homossexuais, assim agem baseado nas suas próprias concepções, não com base em fundamento bíblico.

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