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Ato de amor: linguagem neutra e inclusiva já!

Linguagem neutra e inclusiva é ato de ruptura de barreiras artificiais e promoção da igualdade

Publicado em 09/09/2022

Linguagem neutra frequentemente ocupa a atenção dos políticos e dos religiosos conservadores. Cada um com seus interesses próprios, mas com uma zona de convergência: não a desejam.

Linguagem neutra e inclusiva é um ato de amor.

A Linguagem Neutra

Ela é neutra porque abole gêneros. Por que gêneros são necessários na comunicação cotidiana e ordinária? Se certo personagem é do chamado gênero feminino ou masculino, isto importa para a narrativa? Caso importe, a informação não poderia ser fornecida por características que, culturalmente, estão vinculadas a um deles?

Para não correr o risco de prestar informação incorreta, pode ser afirmado que em quase todas as sociedades atuais o masculino predomina sobre o feminino. Nas relações de emprego, eles recebem mais pela mesma função que elas exercem. Entre as 193 nações reconhecidas pela ONU, quantas têm mulheres como chefes de estado ou de governo? As casas legislativas, provavelmente com milhares de pessoas eleitas, têm qual percentual de mulheres? Na maior parte das igrejas cristãs elas estão alijadas dos centros de decisão, com papel subordinado ao deles.

Ou seja, pessoas reconhecidas como do gênero masculino são mais valorizadas (economicamente, politicamente, culturalmente) que aquelas reconhecidas como do feminino. O artigo “o” sobrepõe-se ao “a”. Isto é justo? Está de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Diz ela: 

Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.

Durante o casamento e na altura da sua dissolução, ambos têm direitos iguais.

Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho igual.

Qual a justificativa para, na língua portuguesa, o pronome vinculado ao masculino, “o”, ser considerado neutro? A frase “Os presentes ao encontro, 1000 no total, o aplaudiram”: é natural a compreensão de que a platéia era mista? Se havia 800 mulheres e 200 homens, por que não poderia ser escrita “As presentes ao encontro, 1000 no total, o aplaudiram”?

A gramática normatiza o uso… Divinamente inspirada? Por qual razão o substantivo “pedra” é feminino, se não tem genitália, não se reproduz? Por qual razão “leite” é masculino? A normatização gramatical nada mais é que acordo operacional da língua. E, em uma sociedade construída pela predominância de testículos sobre ovários, tal acordo reproduzirá a dominação do “o” sobre o “a”.

A linguagem neutra é um ato de amor por abolir a distinção de poder e direitos de fato entre os gêneros. Aos cristão contrários, pergunto: onde está a base teológica para dizer que os 3 pontos acima citados da DUDH estão errados? Aos políticos contrários, pergunto: sobre qual argumento vão cancelá-los?

A Linguagem Inclusiva

A inclusão implica que todos os gêneros estarão incluídos, nenhum excluídos. Afirmar que biologicamente existem apenas dois é tornar ridículo que objetos inanimados sejam, em diversas línguas, classificados entre feminino e masculino. Esta é uma demonstração do caráter basicamente cultural da definição de gênero.

A existência de mais que dois gêneros não é fato recente. Texto anterior desta coluna comentou como esta fato é milenar. Atribuir transgeneridade à filosofia dos últimos cem anos é, ou ignorância acadêmica, ou malícia.

A linguagem inclusiva é um ato de amor porque não exclue ninguém. Se é dito “todes presentes aplaudiram a fala” pessoas de gênero não binárias ou fluidas estarão reconhecidas.

Onde estará o amor cristão se houver recusa na adoção de uma linguagem que não mantenha a hierarquia artificial entre os gêneros? Que não exclua uma definição pessoa legítima de um aspecto meramente cultural como o gênero?

Lembrando as pessoas cristãs que o amor é definido como “Nisto conhecemos o que é o amor: Jesus Cristo deu a sua vida por nós, e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos.”

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