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Câncer de próstata: quer saber ou ainda tem medo?

câncer de próstata não é uma ameaça se você lidar direito com ele

Câncer de próstata: quer saber ou ainda tem medo?

Próstata é uma glândula acessória do aparelho genital das pessoas nascidas no gênero masculino. Situa-se entre a bexiga e o reto (por isso pode ser parcialmente palpada pelo toque retal). Sua função é produzir um líquido que nutre e protege os espermatozoides. Não tem nenhuma função no exercício da sexualidade.

A matemática do câncer

Câncer de próstata é, no Brasil, o segundo câncer mais comum entre as pessoas que a tem, ficando atrás apenas do câncer de pele. É mais comum nas idades mais avançadas. As estatísticas variam por regiões, países, sociedades e culturas. No nosso país, 90% das pessoas acometidas têm mais que 55 anos de idade. Ou seja, não justifica uma procura indiscriminada por diagnóstico precoce em quem tem menos de 40 anos.

Um dos principais fatores de risco é a história familiar. Fator de risco é aquele dado que aumenta a chance de algo ocorrer. Não significa que vai acontecer, apenas que a chance de quem o tem é maior do que a de quem não tem. Mas é comum pessoas desenvolverem um problema de saúde sem fator de risco. Assim como a maior parte das pessoas que o tem não desenvolvem doença. A presença de câncer de próstata no pai ou irmão (antes dos 60 anos) é um aspecto que não pode ser ignorado. Sendo esta a história, a vigilância deve ser iniciada antes dos 50 anos de idade.

Algumas etnias têm uma chance maior: africanas e caribenhas. Outros fatores são menos importantes, ou estudados, como a obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo de bebida alcoólica.

Aspecto importante para as pessoas transvestegêneres que fazem uso de hormônios. Estradiol (produzido pelos ovários) e bloqueadores de testosterona não são fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de próstata em pessoas trans masculinas.

Os sinais de perigo

Os sintomas do câncer de próstata são percebidos somente quando ele já está bem desenvolvido. Ou seja, quando a possibilidade de metástases é maior. Razão pela qual a pesquisa da sua existência deve ser realizada antes que eles surjam.

Os sintomas não são exclusivos do câncer. Ocorrem também quando há um crescimento benigno da próstata, mais comum. São eles: dificuldade para começar a urinar; demora no processo de micção; redução do jato urinário; presença de sangue na urina (hematúria); necessidade de urinar várias vezes ao dia e à noite.

Como avaliar?

Há uma expectativa, ainda fora da realidade: a possibilidade de afastar a existência do câncer de próstata por uma única medida do PSA. Esta substância, uma proteína produzida pela próstata, não pode ser avaliada através de uma única medida. Valores altos em pessoas não operadas não costumam estar relacionadas a câncer. E muitas pessoas com diagnóstico confirmado o têm em valores ditos normais. A interpretação deste exame não deve ficar nas suas mãos, mas das do urologista.

A melhor combinação é o toque retal e o exame de laboratório. Ao toque, a glândula é macia, de tamanho pequeno. A suspeita está presente quando é percebida uma área endurecida. Frequentemente é efetuada uma biópsia, que confirma ou não a suspeita.

E nas pessoas trans?

Pessoas trans masculinas, a princípio, não têm próstata. Logo…

O câncer de próstata nas pessoas trans de expressão feminina (mulheres trans, travestis, não bináries, de gênero fluido) é evento raro. Ocorre com maior frequência entre pessoas que iniciaram a hormonização após os 50 anos. E, neste caso, o mais provável é que fosse um câncer não diagnosticado antes.

Nas pessoas submetidas à reconstrução genital, o toque da próstata ocorre através da vagina construída.

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