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Desafio

Pessoas que fogem de pronto-socorro… culpa de quem?

há razões que a razão desconhece para se fugir da atenção médica

Publicado em 13/07/2022

Uma gestante foi violentada pelo anestesista, durante a cesariana! Algo que nenhum filme de terror havia conseguido imaginar. Onde estamos enquanto raça humana?

Essa violência, como pode ser descrita? Ou melhor, quais adjetivos melhor a qualificam?

Este fato inacreditável não é o cerne deste texto. Mas o introduz porque existem violências invisíveis. Violências que não são aceitas como violência! Atitudes que causam dano e dor socialmente aceitáveis, ocasionalmente defendidas.

O que é esperado quando se procura um serviço de urgência? Supostamente, atendimento rápido, eficiente, civilizado, respeitoso. O que impediria você de procurar um? Medo do diagnóstico? Dificuldades familiares? Limitação financeira?

Sente-se à vontade para conversar com a pessoa que atende você? Teme algum comentário indelicado? Ou um olhar recriminador? A possibilidade de sofrer desprezo incomoda?

Um estudo sobre o assunto

Uma equipe formada por 10 pesquisadores canadenses fez uma pergunta. O que impede as pessoas trans de procurarem um serviço de urgência? Executaram esta pesquisa na região urbana e rural de Waterloo, Ontário, Canadá. O artigo já está publicado. 

Cento e doze pessoas maiores de 16 anos, transgêneras que moram, estudam ou trabalham na região responderam a um questionário pela internet. Cuidados estatísticos foram tomados para analisar os dados.

Estas pessoas moram na região mais populosa do Canadá, de colonização inglesa. Um país de primeiro mundo. A síndrome de vira-lata que acomete os latinos alimenta a ilusão de que em tais países as pessoas são melhores. Que instrução universitária ampla e recursos econômicos bem distribuídos produz pessoas boas. Preconceito é um fenômeno curioso…

A equipe identificou que as pessoas trans evitam procurar os serviços de  urgência. Qual o motivo? Medo de transfobia. Ou seja, atitudes que mostrem desaprovação pelo fato de serem trans é um obstáculo para a busca de atenção médica em situações de risco potencial à vida. Desnecessário lembrar, ser trans não é escolha, é destino. A única opção efetivada é viver como pessoa trans – a outra é viver uma farsa, fingindo ser cis.

Conclusões

Os dados sugerem que quando é visível o fato da pessoa ser trans maior a probabilidade de evitar o pronto-socorro. Ser trans é percebido através do processo de transição social e biológica. Nele, a pessoa é lida pelas outras de forma ambígua, o gênero não está evidente! À medida que a passabilidade se torna maior, o gênero fica óbvio. O fato da pessoa ser trans torna-se um segredo dela. Segundo os autores, quanto maior a transfobia, maior a não busca pelos serviços médicos.

Mas eles também sugerem que o enfrentamento da transfobia ocorre quando a pessoa trans recebe apoio. Família, alguém em especial… Ou seja, a rejeição social, e por profissionais de saúde, é melhor enfrentada com o apoio social, e da estrutura dos serviços de saúde.

Se as pessoas que se relacionam com as pessoas trans podem lhe dar suporte, cabe ao sistema de saúde sua tarefa. Há uma transfobia estrutural que somente será combatida com a sua transformação. E esta somente ocorrerá se as pessoas que compõe a estrutura puserem as mãos na obra!

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