O Centro de Cultura e Acolhimento LGBTQIAPN+ Casa 1, referência em São Paulo na assistência social, na promoção de direitos e na oferta de atividades culturais e educativas voltadas à comunidade, confirmou que permanecerá em funcionamento após uma forte mobilização coletiva em apoio ao projeto. A instituição havia anunciado risco de fechamento devido às dificuldades financeiras enfrentadas nos últimos meses.

Segundo a organização, a campanha emergencial de arrecadação bateu a meta e garantiu R$ 380 mil, que somados aos R$ 350 mil obtidos no anúncio inicial de possível encerramento, totalizam R$ 730 mil. O valor permite manter o funcionamento até abril, garantir um fundo de emergência para eventuais imprevistos e realizar novas contratações para repor vagas deixadas após desligamentos recentes.

Além disso, a Casa 1 destaca que esse aporte financeiro dá fôlego para que o projeto atravesse os próximos meses com estabilidade e alcance o segundo trimestre de 2026, período em que a instituição espera colher resultados do processo de fortalecimento institucional iniciado nos últimos dois anos.

Mesmo celebrando a vitória, a organização lembra que a realidade financeira segue desafiadora. O custo mensal da Casa 1 gira em torno de R$ 250 mil, o que representa aproximadamente R$ 3 milhões por ano. Por isso, a instituição reforça a importância de doações recorrentes e do apoio contínuo de pessoas e empresas para assegurar a manutenção das atividades.

Ao longo dos anos, a Casa 1 tornou-se um espaço fundamental para acolhimento de pessoas LGBTQIAPN+ em situação de vulnerabilidade, oferecendo moradia temporária, atendimento psicológico, jurídico, suporte social, além de oficinas, cursos, biblioteca e programação cultural aberta ao público. A permanência do espaço representa não apenas a continuidade de um serviço essencial, mas também a reafirmação do papel da sociedade civil na proteção de direitos e na promoção de cidadania.

A campanha bem-sucedida evidencia o impacto social e a relevância do trabalho desenvolvido pela Casa 1. Mais do que um endereço físico, o espaço segue como símbolo de resistência, solidariedade e esperança para a comunidade LGBTQIAPN+ em São Paulo e em todo o Brasil.