Nesta sexta-feira (1), a organização da Copa do Mundo do Qatar, que sediará os jogos das seleções em dezembro deste ano, enviou um comunicado à imprensa avisando sobre a proibição de bandeiras do arco-íris nas arquibancadas dos estádios durante as partidas. De acordo com Abdulaziz Abdullah Al Ansari, major-general do país, manifestações LGBTQIA+ não serão toleradas no país, já que o Qatar condenada a homossexualidade e o casamento entre pessoas do mesmo gênero.
“Se ele (um torcedor) levantou a bandeira do arco-íris e eu a peguei dele, não é porque eu realmente quero insultá-lo, mas para protegê-lo. Porque se não for eu, alguém ao redor dele pode atacá-lo… Não posso garantir o comportamento de todo o povo. E eu direi a ele: ‘Por favor, não há necessidade de levantar essa bandeira neste momento’”, disse Al Ansari a agência de notícias AP.
“Você quer demonstrar sua visão sobre o movimento, demonstre-a em uma sociedade onde ela será aceita. Assista ao jogo. Isso é bom. Mas não venha e insulte toda a sociedade por causa disso“, destacou.
Contudo, Ansari ressalta que a comunidade LGBTQIA+ será bem-vinda ao país, mas que as leis não serão mudadas para atendê-los. “Reservem o quarto juntos, durmam juntos… Isso é algo que não é da nossa conta. Estamos aqui para administrar o torneio. Não vamos além das coisas pessoais individuais que podem estar acontecendo entre essas pessoas… esse é realmente o conceito. Aqui não podemos mudar as leis. Você não pode mudar a religião por 28 dias de Copa do Mundo“, afirmou.
Pop it: Qatar apreende brinquedos da moda com as cores do arco-íris
As autoridades do Qatar apreenderam os lotes do passatempo que virou sensação entre as crianças de vários países, inclusive entre as crianças do Brasil. Segundo o Ministério de Comércio e Indústria do país, os Pop-its, brinquedos que muitas vezes são coloridos com as cores do arco-íris, foram recolhidos e tirados de circulação sob a alegação de que os mesmo vão contra os princípios e valores islâmicos.
O governo do Qatar fez um comunicado publicado através do Twitter, onde falou a respeito da operação de apreensão dos itens, que foi realizada em várias partes do país. Segundo o comunicado, além do confisco dos brinquedos, foram identificadas uma série de violações nos comércios.
“O Ministério deflagrou uma operação de inspeção em comércios de diferentes regiões do país. A campanha resultou em apreensões e identificações de uma série de violações, incluindo o confisco de brinquedos que violam os valores, costumes e tradições islâmicas”, dizia o comunicado. A atitude das autoridades do Qatar foi criticada por muitos internautas nas redes sociais.
Vale lembrar que recentemente no Brasil, o brinquedo também virou alvo dos conservadores justamente por levar as cores do arco-íris, que também são as cores usadas na bandeira LGBTQIA+. Em seu canal do Youtube, um pastor chegou a compartilhar um vídeo onde fazia ligação entre o brinquedo e a bandeira, acusando o movimento LGBT de querer “destruir a família”.