O presidente russo Vladimir Putin, de 68 anos, assinou na última segunda-feira (5), uma lei que possibilita sua permanência no cargo no Kremlin até 2036. Essas ocorrências advêm das mudanças realizadas no último ano pela aprovação do povo a constituição do país. Em abril de 2020 a população russa votou a favor da revisão constitucional, entretanto, mesmo que a população votasse contra ela, o documento já estaria aprovado pelo parlamento, sendo assim, a reforma aconteceria da mesma forma.
Com estas estratégias, Putin pode se tornar o líder russo com maior tempo a frente da Rússia, consequentemente, superando o período dominado pelo ditador soviético Josef Stalin. Mas para isso, o chefe de estado está realizando reformas em busca de votos conservadores, propondo uma pauta religiosa, colocando Deus dentro dos princípios tratados pelo país e restringindo, em sua concepção, o casamento como somente a união entre homem e mulher. Infelizmente, mesmo com todas as lutas, ainda vivemos uma fase em que as pessoas utilizam como plano de poder a retirada de direitos da nossa comunidade.
O líder russo chegou a declarar em fevereiro de 2020 que não desistiria de tornar o casamento homoafetivo inconstitucional. Afirmou que a “família tradicional” não seria substituída por dois pais ou duas mães. O presidente também deixou claro que enquanto ocupar o cargo não irá acontecer a reversão desta ação, sendo essa atitude justificada devido o contato que teve durante duas décadas de poder com os valores da Igreja Ortodoxa. Com essa postura, a violência contra a comunidade LGBTQIA+ só cresce no país, impedindo até mesmo o afeto em público de pessoas do mesmo sexo, sendo demonstrado como uma “proteção educativa” a sociedade no geral.
Mesmo que a descriminalização da homossexualidade tenha acontecido em 1993 na Rússia, o país se afasta cada vez mais da atualização dos seus direitos civis. Em contraponto, Vladimir Putin vai ganhando o apoio do público com essas ações, mantendo sua influência ao fim do seu atual mandato, em 2024. Precisamos acompanhar os próximos passos desta história, sendo um desses, a data do referendo para discussão da reforma constitucional para o próximo dia 22 de abril.