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Confesso minha profunda paixão por Amsterdã. Amo suas ruas pitorescas, a arquitetura singular das casas e a cultura das bicicletas. Como esportista, por ter uma grande quantidade de ciclovias, seria minha primeira escolha para morar caso deixasse o Brasil. Mas minha admiração vai além do visual, há uma rica história cultural, como a casa de Anne Frank, o museu Van Gogh. Um lugar Underground, envolto a todo o contexto de liberdade , com seus coffeeshops, e o Red Light District.
Nesse cenário, destaca-se um espaço singular: o bar nudista Free Willie, voltado para a comunidade LGBTQIA+, fundado por Richard Keldoulis. Localizado em uma área segura de Amsterdã, refletindo a preocupação com a segurança dessa comunidade em meio à crescente perseguição e intolerância.
Infelizmente, os tempos mudaram. Amsterdã, outrora um bastião progressista, gradualmente se torna hostil para a comunidade queer. As autoridades adotam posturas mais rígidas, afastando-se da imagem de um reduto de liberdade, sexo, e drogas . É um contraste com sua histórica tolerância, inclusive como pioneira no casamento homoafetivo.
A prefeita Femke Halsema planeja realocar o icônico Distrito da Luz Vermelha para um “centro erótico” nos subúrbios. Diante desse contexto, lugares como o bar nudista Free Willie se tornam essenciais para a segurança e proteção da comunidade LGBTQIA+.
Com uma decoração temática ousada, fálica, desde o logo até os cabides para casacos, o bar acolhe até os mais tímidos, permitindo que se sintam gradualmente à vontade e se despojem de suas roupas. Num mundo onde até mesmo Amsterdã já não oferece a mesma segurança, tais espaços são cruciais.
A ascensão da extrema direita, juntamente com fanáticos religiosos, representa uma ameaça para quem não se enquadra em seus padrões restritos. Eventos como a Parada do Orgulho, antes símbolo de celebração e inclusão, tornam-se alvos de intolerância e violência, refletindo a queda dos Países Baixos para o 14º lugar no Rainbow Index.
Em meio a esse cenário de violência crescente, lugares como o bar Free Willie emergem como refúgios indispensáveis para a comunidade queer, proporcionando um espaço de encontro e segurança em um mundo cada vez mais perigoso e hostil.
Vivemos nas curvas das estradas .
Silvia Diaz , é Atriz, Performer, Dramaturga e Roteirista. Estudou interpretação Teatral(Unirio). Graduada em Produção Audiovisual(ESAMC). Dramaturgia ,SP escola de Teatro. Apenas uma Artista que vende sonhos em dias cinzentos. E quando os dias não forem tão trevosos, ainda assim continuarei a vender meus sonhos!! Cores, abraços, afetos, lua em aquário. Fluindo ..
@silviadiaz2015