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Madonna Louise Ciccone é muito mais do que uma simples cantora, ela é um ícone do planeta Terra. Ao longo de quarenta anos, construiu uma carreira gloriosa que merece todas as celebrações possíveis. Em seu recente show em Copacabana, ao entrar no palco e se dirigir ao público , se lembrou de quando chegou a Nova York, 40 anos atrás, com apenas 35 dólares na carteira. E disse : “Eu era ótima, corajosa, ingênua, idealista, ridícula, mas sabe o quê? Eu tinha um sonho. E se vocês não têm um sonho, vocês não podem fazer do impossível, possível. Lembrem disso’’. Sua mensagem ressoou de forma poderosa, enfatizando a importância de perseguir nossos próprios sonhos e sair da zona de conforto para tornar o impossível ,possível.
Sua narrativa pontua sobre a importância de sonhar com coragem, e lutar. Embora nem todos alcancem o patamar dos deuses, se não buscarmos incansavelmente os sonhos que carregamos dentro de nós, ninguém o fará por nós. No final das contas, somos nós mesmos, e mais ninguém. Em seguida, ela entoou “Burning Up”. Porém sabemos que nem todos os sonhos conseguiremos realizar, é um paradoxo, mas é o mundo real. Existem pessoas que são predestinadas.
Como muitos, sou uma fã incondicional de Madonna, e suas músicas foram a trilha sonora da minha adolescência. Enquanto assistia ao show, uma enxurrada de memórias passou diante de meus olhos, desde minha juventude até a vida adulta. “Lembrei de uma antiga paixão dos tempos do colégio Objetivo e pensei: “Onde será que ele está? Será que está assistindo a Madonna também, e de repente, lembrou de mim? “.
Era difícil desviar o olhar da tela, pois a cada momento algo novo acontecia no palco.
Recordei de quando morava no Rio, e Madonna fez sua primeira visita ao Brasil. Em 1993, durante sua turnê mundial The Girlie Show World Tour, ela se apresentou no Maracanã, eu estudava na Unirio, e tive o privilégio de estar presente nesse show icônico. Sua presença não apenas parou o Rio de Janeiro, mas foi inesquecível em São Paulo e em todos os lugares por onde passou.
Naquela época, suas palavras ecoaram com poder e propósito: “Minha luta é contra o racismo, sexismo, a perseguição contra os homossexuais, o preconceito e a ignorância.” E agora, em 2024, sua luta continua tão vital e necessária quanto antes.
Em sua turnê The Celebration Tour, no Brasil, Madonna continuou a transmitir mensagens poderosas, homenageando personalidades importantes e promovendo a conscientização sobre questões como a AIDS. Ela fez uma homenagem para a vítimas da aids, como , Betinho, Renato Russo, Caio Fernando Abreu, Cazuza, Henfil.
Além, disso homenageou ,Pelé, Marina Silva, Zumbi dos Palmares, Mano Brown, Erika Hilton, Marta, Cacique Raoni, Caetano veloso, Gilberto Gil, Marielle Franco, Abdias do nascimento, Maria Bethânia, Renê Silva, Daniela Mercury , e Michael Jackson.
E não esqueceu do educador, Paulo Freire, foi um momento muito potente .
A Turnê , The Celebration tour, começou em 14 de outubro de 2023, na The O2 Arena, em Londres, e foi encerrada brilhantemente, em Copacabana. Quebrou recordes de público e entregou uma experiência impecável, com coreografias, iluminação, e performances incríveis dos seus filhos.
Fiquei apaixonada pela Mercy James, tocando um piano de cauda, em Bad Girl.
As Gêmeas Stella e Estere marcaram presença . David Banda tocou violão em “La Isla Bonita” e “Don’t Tell Me”.
E o momento especial , quando aconteceram as participações de Pabllo Vittar e Anitta.
Anitta subiu ao palco. Durante a apresentação de “Vogue”, ela se uniu à Madonna como uma jurada convidada, avaliando os dançarinos que desfilavam, com notas em placas. Estere Ciccone , também brilhou com uma coreografia ao som de “Vogue”.
Em seguida, Pabllo subiu ao palco acompanhado de meninos ritmistas, de várias escolas de samba,dançando ao lado de Madonna e até a carregando nos braços, envoltos pela bandeira do Brasil e vestindo a camisa amarela da seleção.
Madonna é uma mulher multifacetada, ela não se limita a ser apenas uma cantora, é uma explosão de talento e energia. Pode soar peculiar, mas estou certa de que Madonna e Pabllo Vittar não apenas honraram, mas devolveram a camisa amarelinha e a bandeira ,ao povo Brasileiro ,um símbolo de união e diversidade, longe de qualquer associação com grupos extremistas.
Sua parceria com Pabllo Vittar, é um reflexo de seu compromisso com a inclusão e a diversidade, mostrando que a arte pode transcender fronteiras e unir pessoas de diferentes origens e culturas. Em um mundo muitas vezes dividido, Madonna continua a ser uma força unificadora, lembrando-nos de que, no final do dia, somos todos parte de uma única centelha, da humanidade.
O Brasil é um País conservador, e muitas pessoas não viram com bons olhos o show de Madonna em Copacabana , foi uma tempestade de críticas.
É o país que mais registra casos de violência contra a população LGBTQIA+, onde a ignorância e o preconceito estão profundamente enraizados. É por essa razão que Madonna se torna não apenas necessária, mas absolutamente crucial.
Silvia Diaz , é Atriz, Performer, Dramaturga e Roteirista. Estudou interpretação Teatral(Unirio). Graduada em Produção Audiovisual(ESAMC). Dramaturgia ,SP escola de Teatro. Apenas uma Artista que vende sonhos em dias cinzentos. E quando os dias não forem tão trevosos, ainda assim continuarei a vender meus sonhos!! Cores, abraços, afetos, lua em aquário. Fluindo ..
@silviadiaz2015