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Cinema

“Morte em Veneza”, um filme clássico, sensível e inesquecível

Ode aos amores platônicos

Publicado em 17/03/2024

Reprodução

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    Sempre fui uma ávida cinéfila, e entre os filmes que mais me marcaram está “Morte em Veneza”, lançado em 1971. Este clássico do cinema ítalo-francês, baseado na obra de Thomas Mann, dirigido por Luchino Visconti e com uma trilha sonora inesquecível composta por Gustav Mahler, é uma obra singular.

    Recebeu indicações ao Oscar e ao Palma de Ouro de Cannes, além de ganhar diversos prêmios, como o BFATA 1972, nas categorias de melhor trilha sonora, cinematografia, figurino, design e produção.

    Quem nunca teve um grande amor platônico? Devo confessar, com toda a carga lírica que me é característica, que o meu foi pelo ator Björn Johan Andrésen, que interpretou o jovem Tadzio. Tadzio, um ser extraordinariamente belo e parte da nobreza polonesa, é o centro do amor  do compositor Gustav Aschenbach, vivido pelo protagonista.

    O filme é uma ode à poesia, narrando a história desse amor proibido e perturbador que consome o compositor. Gustav, em busca de uma redenção em meio ao fracasso de sua carreira e ao fim de seu casamento, vai a Veneza, onde se vê completamente cativado pelo jovem Tadzio. Este amor platônico o atormenta e o preenche de êxtase.

    Enquanto o enredo desenrola esse amor proibido, Veneza é assolada por uma epidemia de cólera. A cena final é profundamente simbólica: Gustav, já infectado e debilitado pela doença, encontra o belo Tadzio na praia. Enquanto Gustav sucumbe, Tadzio permanece como um símbolo intocável de beleza. Ele o contempla sentado em uma cadeira de frente para o mar, sentindo um desejo incontrolável e inatingível pelo garoto.

    Gustav morre enquanto Tadzio está olhando para o horizonte, fazendo um gesto de um jovem guerreiro, como um Ícaro corajoso com suas asas de cera. A cena é poderosa, com a tintura escura dos cabelos de Gustav escorrendo em seu rosto, sua tentativa final de reconquistar a juventude, tudo isso enquanto Tadzio permanece sereno, como um serafim.

    Os amores platônicos são poderosos em sua essência, efêmeros e não realizados, são apenas sonhos… Este filme transformou Björn Andrésen em mais do que uma estrela de cinema, mas em um ícone eterno, uma representação da beleza juvenil imaculada.

    Sim, há uma aura homoerótica nele, em seu olhar de serafim ,e em seu corpo juvenil, quase divino. Tadzio emerge como um verdadeiro Deus grego, como se fosse um Adónis, que  deixa o músico, enebriado, uma metáfora que transcende a mera beleza física. Visconti habilmente utilizou a música de Mahler, o adagietto da quinta sinfonia, para tecer uma atmosfera romântica e trágica desde os primeiros momentos do filme.

    É uma tragédia mais do que anunciada, uma narrativa sobre o amor platônico, um idílio entre o músico e Tadzio que o envolve em uma teia de fascínio e ilusão. A relação é marcada por silêncios e trocas de olhares fugazes, culminando em um gesto final que evidencia a natureza platônica do vínculo entre os dois.

    Certa vez, o diretor italiano Luchino Visconti e sua equipe  , levou Bjork a uma boate gay, mesmo o ator dizendo que não era gay, apesar de rumores de que era.

    No decorrer dos anos, ele recusou interpretar personagens gays, com o objetivo de dissociar a sua imagem do filme que o consagrou.

    Passado o auge de sua fama, sua carreira entrou em decadência, voltou para sua terra natal, a Suécia, estudou música, e formou uma banda de jazz , mas sempre lembravam dele como o Tadzio.

    Ao longo dos anos, Björn Andrésen enfrentou sua própria jornada pessoal, distanciando-se da imagem de Tadzio em busca de novos papéis.

    Enfrentou batalhas contra o alcoolismo, a depressão, o divórcio e a perda de um filho. Sua beleza o acorrentou ao personagem que o consagrou, enquanto ele lutava para encontrar sua identidade além das telas.

    O documentário “The Most Beautiful Boy in the World” retrata a fama meteórica de Björn e todas as consequências que isso acarretou em sua vida. Sua beleza se tornou uma espécie de prisão, onde todos sucumbiam a ela, enquanto ele mesmo era consumido por suas próprias circunstâncias.

    Ele sempre será para mim , um Serafim , coroado com louros em sua cabeça. Meu primeiro amor platônico, Tadzio .

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    Silvia Diaz , é Atriz, Performer, Dramaturga e Roteirista. Estudou interpretação Teatral(Unirio). Graduada em Produção Audiovisual(ESAMC). Dramaturgia ,SP escola de Teatro. Apenas uma Artista que vende sonhos em dias cinzentos. E quando os dias não forem tão trevosos, ainda assim continuarei a vender meus sonhos!! Cores, abraços, afetos, lua em aquário. Fluindo ..

    @silviadiaz2015

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