Nesta terça-feira (14), o participante Fred Nicácio, do Big Brother Brasil 23, relembrou algumas situações que sofreu no passado, por ser negro e gay. Em conversa na área externa da mansão da TV Globo, o médico falou sobre a cobrança da sociedade em cobrar a masculinidade de homens pretos, como fetichização.
“O movimento negro, bem recente, há 15 anos, exigia que eu não fosse gay porque eu tenho que ser macho, tem que ser homenzão. E aí, onde fica esse afeto do homem preto gay? Não posso ser hipócrita porque tem vários pontos que me inserem de uma maneira diferente: eu sou médico, sou homem bonito, tenho porte, corpo físico estruturado, isso já me coloca num lugar de desejo“, desabafou o médico.
Fred Nicácio também relatou a rejeição no relacionamento quando o homem preto não atende aos requisitos impostos pela sociedade “E quando é um homem preto, afeminado, gordo e gay? Onde ele está? Quem vai se importar com o afeto dele? E todo mundo conhece um homem preto, gordo, afeminado e periférico”, continuou.
“O racismo estrutural tá no olhar, tá naquele segurança que me segue dentro do mercado. Até hoje quando eu vou no mercado eu não boto a mão no bolso porque sei que o cara vai chegar: ‘O que tá no bolso aí?’, pra evitar esse constrangimento eu não coloco a mão no bolso”, refletiu o brother sobre o racismo estrutural.