ENTENDA

Atriz denuncia transfobia em voo após pouso de emergência: "Estava desestabilizada"

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Isis Broken afirma ter sido vítima de transfobia por parte de tripulante da Azul

Avião em que Isis Broken viajava precisou fazer pouso de emergência - Reprodução/Instagram/Montagem
Avião em que Isis Broken viajava precisou fazer pouso de emergência - Reprodução/Instagram/Montagem

Isis Broken, de 29 anos, relatou na madrugada desta segunda-feira (30/09) que foi vítima de um caso de transfobia por parte de um tripulante da Azul Linhas Aéreas. A atriz, que está no ar atualmente com a personagem Corina Castello na novela No Rancho Fundo, da Globo, publicou um vídeo nas redes sociais, explicando que a aeronave apresentou problemas por conta de uma rachadura em uma das asas. Por conta disso, o avião que estava com destino ao Rio de Janeiro fez um pouso de emergência em Salvador.

Aos prantos, a artista que se identifica como travesti afirmou que passou por uma das piores experiências de sua vida e denunciou que durante a situação de emergência sofreu transfobia por parte de um dos funcionários da empresa, que a tratou pelos pronomes errados.

“Insistiu em me tratar pelos pronomes errados, mesmo eu o corrigindo mais de uma vez. Já estava desestabilizada com toda a situação, com medo e aflita, foi um total desrespeito comigo e com todos aqueles que passaram por esse trauma, inacreditável que tivemos que passar por isso”, escreveu ela na legenda da publicação.

No vídeo, a artista aparece aos prantos e tremendo. “O nosso avião teve uma pane no sistema que aparentemente estava conectada a uma rachadura em uma das asas da aeronave. Tivemos que fazer um pouso de emergência em Salvador, sem saber de nenhuma informação pela companhia aérea, apenas boca a boca, para completar sofri um ato transfóbico por parte de um dos atendentes da Azul, que insistiu em me tratar pelos pronomes errados, mesmo eu o corrigindo mais de uma vez”, destacou.

“Já estava desestabilizada com toda a situação, com medo e aflita, foi um total desrespeito comigo e com todos aqueles que passaram por esse trauma, inacreditável que tivemos que passar por isso”, afirmou.

Em entrevista à TV Bahia, ela contou que foi buscar informações com um comissário de bordo da Azul sobre a pane que levou ao pouso, e no momento foi tratada pela expressão “senhor”.

“Eu falei que meu nome era Isis, que era senhora, e ele me chamou de senhor, um completo desrespeito. Eu pedi o crachá dele para saber o nome dele, ele não queria me dar o nome. Eles não dizem nada do que aconteceu, a gente vai sabendo por coisas que a gente foi vendo no meio do voo. Dizem que é uma pane, uma falha, mas a gente não sabe”, desabafou.

Em nota oficial, a Azul Linhas Aéreas informou que “repudia e combate todo e qualquer tipo de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual, religião, ideologia, origem étnica ou diversidade funcional e que a tripulação é treinada para seguir todos os procedimentos corretos”. Além disso, garantiu que “os tripulantes são treinados e orientados para seguir todos os procedimentos e prestar a assistência necessária aos clientes”.