ORGULHO

Filho gay de Maguila homenageou o pai dias antes da sua morte: "Me aceitou e respeitou"

Ex-boxeador morreu aos 66 anos de idade, nesta quinta-feira (24/10)

Júnior Azhura é o filho caçula de Maguila - Reprodução/Instagram/Montagem
Júnior Azhura é o filho caçula de Maguila - Reprodução/Instagram/Montagem

Júnior Ahzura, de 32 anos, filho caçula de José Adilson Rodrigues dos Santos, o Maguila, que morreu nesta quinta-feira (24/10), aos 66 anos, homenageou o pai em suas redes sociais há cinco dias. O ex-boxeador morreu por complicações de encefalopatia traumática crônica (ETC), popularmente conhecida como demência pugilística.

O herdeiro compartilhou vídeo no qual o patriarca respondia, em uma entrevista de 1992, sobre o que pensava sobre a homossexualidade. Na época, o filho do ex-lutador ainda era uma criança e sequer imaginava que no futuro seria um “viado”, como o pai se referia aos gays sem qualquer demérito, apesar do termo empregado.

“Para mim, esse negócio de homossexualismo [sic] é para quem sabe ler e quem inventou esse nome científico. Eu não tenho estudo. O homem, o viado [sic] não é uma doença. Ele nasceu com o dom de transar com homens. Não acho que seja uma doença. A pessoa já nasceu assim”, iniciou ele.

“Outra coisa que discordo do pastor, é o seguinte: Quando Deus coloca os filhos dele na Terra, todos tem um destino. O Leão Lobo já teve esse destino, não vai dizer que começou depois de grande. Ele começou desde pequeno e já tinha o seu destino. Deus fez ele assim. A gente não pode ser contra”, defendeu.

Maguila ainda respondeu qual seria a sua reação se os filhos assumissem homossexualidade ou se perguntassem sobre o assunto: “Eu tenho um filho de cinco anos, e se ele vir um homem beijando o outro e me perguntar: ‘pai, o que é isso?’, eu vou dizer: ‘os dois são viados [sic]’. Se ele perguntar, eu digo ‘É quando dois homens se beijam’. Eles querem beijar, tudo bem”.

“Orgulho ter um pai que sempre me aceitou e respeitou! Mais que um herói nacional, meu pai!”, escreveu o filho do ex-pugilista na legenda do vídeo publicado no Instagram.

Vale destacar, que diferente do seu patriarca, ele não seguiu carreira no esporte. Graças ao boxeador, ele teve uma vida de privilégios, estudou em escolas particulares e pôde escolher as universidade que quis cursar o ensino superior. Fez duas faculdades e atualmente é ativista e apresentador do podcast Gordosfera, onde narra suas próprias experiências e descobertas, como o processo de acolhimento da família na sexualidade.

“Sempre fui um gordinho viado, era nerd também, ainda sou. Mas fui uma criança ‘viada’. Eu era muito gay e desde pequeno. E me zoavam muito porque eu era gordo, e depois porque eu era uma bichinha e minha voz não tinha engrossado como a dos outros meninos”, relembrou ele.

Confira, abaixo, o post:

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