Christopher Ciccone, irmão mais novo de Madonna, morreu na última sexta-feira (04/10), aos 63 anos. Segundo o jornal The New York Post, o porta-voz do designer e decorador contou que ele lutava contra um câncer agressivo e faleceu em Michigan, nos Estados Unidos. A morte foi confirmada pela Rainha do Pop nas redes sociais no domingo (06/10).
Em uma publicação no Instagram, a cantora e compositora compartilhou várias fotos ao lado de Christopher e fez um longo desabafo sobre a delicada relação com o irmão ao longo dos anos, o familiar teve uma participação importante no início de carreira da artista. Ele chegou a integrar o grupo de dançarinos da estrela. Tempos depois, assumiu a função de figurinista — além de ter dirigido clipes e turnês. Madonna ainda recordou como a dupla desafiou muitos e lutou por diversas causas.
“O meu irmão Christopher morreu. Ele era o ser humano mais próximo a mim por tanto tempo. É difícil explicar nossa ligação, mas cresceu a partir de um entendimento que éramos diferentes e a sociedade ia dificultar para nós por não seguirmos o status quo”, iniciou ela.
“Pegamos a mão um do outro e dançamos através da loucura da nossa infância. Na verdade a dança era uma espécie de supercola que nos mantinha unidos. Descobrir a dança em nossa pequena cidade me salvou e então meu irmão apareceu, e isso o salvou também. Meu professor de balé, também chamado Christopher, criou um espaço seguro para meu irmão ser gay, uma palavra que não foi dita e nem sussurrada onde morávamos”, destacou.
Na sequência, a cantora relembrou o início de sua carreira e como o irmão mais novo sempre a acompanhava e a apoiava em seus trabalhos. Em outro trecho, ela exalta o talento e criatividade de Ciccone, que apareceu no clipe de Lucky Star, em 1984, e atuou como diretor de arte nas turnês Blond Ambition World Tour, em 1991, e foi diretor geral da The Girlie Show, em 1993.
“Quando finalmente tive coragem de ir para Nova York para me tornar dançarina, meu irmão me seguiu. E mais uma vez, demos as mãos e dançamos pela loucura de Nova York! Devorávamos arte, música e cinema como animais famintos. Estávamos no epicentro de todas essas coisas explodindo. Dançamos pela loucura da epidemia de Aids. Fomos a funerais, choramos, e continuamos a dançar”, desabafou.
“Dançamos juntos no palco no início da minha carreira, e eventualmente ele se tornou o diretor criativo de muitas turnês. Quando se tratava de bom gosto, meu irmão era o Papa, e você tinha que beijar o anel para receber sua bênção. Desafiamos a Igreja Católica Romana, a polícia, a maioria moral e todas as figuras de autoridade que atrapalhavam a liberdade artística!”, acrescentou.
“Meu irmão estava bem ao meu lado. Ele era um pintor, um poeta e um visionário. Eu o admirava. Ele tinha um gosto impecável. E uma língua afiada, que às vezes usava contra mim, mas eu sempre o perdoava”, disse.
Madonna também citou os desentendimentos que ambos tiveram em 2008, quando ele lançou a autobiografia intitulada Life with my sister Madonna (A Vida com minha irmã Madonna, em tradução livre), que se tornou um best-seller e irritou a compositora separando-os por um bom tempo.
“Voamos nas alturas mais altas juntos, e naufragamos nas profundezas mais baixas. De alguma forma, sempre nos reencontrávamos e dávamos as mãos e continuávamos a dançar. Os últimos anos não foram fáceis. Ficamos um tempo sem nos falar, mas quando meu irmão adoeceu, encontramos o caminho de volta um para o outro”, declarou.
“Fiz o melhor para mantê-lo vivo o máximo possível. Ele estava com muita dor no final. Mais uma vez, demos as mãos. Fechamos os olhos e dançamos. Juntos. Estou feliz que ele não esteja mais sofrendo. Nunca haverá ninguém como ele. Eu sei que ele está dançando em algum lugar”, finalizou.
Além de Madonna, ele deixa o marido, o ator Ray Thacker, o pai e os outros cinco irmãos. Ele é o segundo irmão da artista que morre, depois de Anthony Ciccone.
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