José de Abreu, de 78 anos, comemorou após Cássia Kiss, de 66, se tornar ré na Justiça por homofobia em declarações feitas em 2022. O ator, que faz parte da ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a atriz, afirmou que está satisfeito com a decisão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
A artista responderá pelas declarações preconceituosas que teve durante entrevista à jornalista Leda Nagle, de 73, em 2022. Na ocasião, ela afirmou que casais homoafetivos seriam um “destruição para a vida humana” e ameaçam os seus princípios sobre família. Além disso, ela mencionou supostos “beijódromos” para crianças, acusação que foi considerada infundada e alarmista.
Em entrevista à coluna de Fábia Oliveira, do portal Metrópoles, o artista, que é pai de uma mulher trans de 23 anos, afirmou que se sentiu pessoalmente ofendido com os comentários da colega de profissão, que na época estava no ar como a vilã Cidália na novela Travessia (2022), da Globo.
“Eu me senti extremamente ofendido. Acho que está na mão da justiça, vou confiar que a justiça haja como achar mais conveniente”, declarou ele. Zé de Abreu também destacou que falas como as de Kis reforçam o preconceito contra pessoas transexuais e alimentam o ódio na sociedade.
Na sequência, ele expressou preocupação com o impacto social que declarações públicas de figuras públicas podem ter, especialmente em um país como o Brasil, que lidera o ranking de mortes de pessoas trans e transexuais no mundo.
“Fico muito satisfeito [com o resultado]. O Brasil é o país que mais mata trans no mundo, ela estava fazendo uma novela das nove da Globo, falar isso abertamente tem um peso enorme”, desabafou.
“Na mesma hora, eu pensei que isso iria aumentar o preconceito contra as pessoas trans. Ela tinha uma força absurda naquele momento, foi um escândalo. Obviamente isso promove a transfobia, a homofobia. Não é uma opção sexual, a Cássia demonstrou uma ignorância absurda, ela não conhece nada de sexualidade. Ninguém decide virar trans do dia pra noite”, afirmou.
Caso seja condenada, Cássia Kis poderá ser obrigada a pagar uma multa de até R$ 1 milhão. Além deste caso, Cássia Kis também está sendo processada pelo Grupo Arco-Íris, que pede uma indenização coletiva de R$ 250 mil. A ONG em questão milita pelos direitos da classe LGBTQIAPN+ e planeja destinar os recursos a programas que combatem a homofobia no meio cultural.