“Finalmente eu posso! Finalmente eu estou livre das estruturas que me podavam e que me impediam de fazer isso”, foi com essas palavras que Priscilla Alcântara mostrou o seu apoio à comunidade LGBTQIAPN+.
Em entrevista ao programa Foquinha Entrevista, do Dia Tv, nesta quinta-feira (11/07), a cantora, crescida na doutrina cristã, se envolveu em diversas polêmicas ao ficar entre a igreja e as bandeiras que ela sempre fez questão de apoiar, abriu o jogo sobre liberdade.
A artista destacou a importância de se posicionar depois que se libertou das amarras que a proibiam de declarar apoio à comunidade LGBT+. Inclusive, o seu show, intituado A Experiência, é encerrado em uma homenagem aos fãs LGBTQIAPN+.
“O meu contato com a comunidade é desde o gospel, só que a gente não podia falar [de forma aberta] porque se vissem a gente se comunicando, se me vissem acolhendo, se vissem eles entrando num show meu dentro de uma igreja, sendo como eles são, iam cortar esse relacionamento da gente. ‘A Priscila não pode ter relação com essa galera’, é assim que funciona”, declarou.
“E a gente sentia também, né? Porque eu acho que tinha essa coisa do tipo… toda vez que me perguntavam, eu tentava responder, tipo assim, ‘eu não quero responder como todo crente responde, porque não é o que eu penso, só que eu também não posso falar exatamente o que eu penso, porque eu vou voltar lá pro ciclo, pro nicho, e eu posso me ferrar muito’, sabe? Era muito complexo”, relembrou.
Priscilla também falou sobre o seu o processo de afastamento da igreja evangélica. “Eu sempre fui uma pessoa muito curiosa, então se eu ouvia o Pastor falando A, eu chegava na minha casa e no meu relacionamento com Deus eu falava ‘Deus é A mesmo? Ou ele interpretou A e tem uma interpretação que a gente tem um B ai’”, comentou.
Na sequência, ela ressaltou que sempre questionou os dogmas que eram impostos e que o processo de desconstrução aconteceu aos poucos. “Eu sempre fui essa pessoa, eu sempre busquei a verdade a partir do meu relacionamento com Deus, não somente a partir do que eu ouvia alguém falando. Então eu sempre tive essa curiosidade. E quando a doutrina, o dogma, não fazia sentido com aquilo que eu tinha de experiência com Deus, eu revisitava essa crença dentro de mim e falava: ‘É isso mesmo que eu vou crer ou eu posso ter uma outra interpretação?”, afirmou.
“Então, foi gradativo porque é uma libertação espiritual você começar a viver fé não a partir do que o outro impõe para você, mas a partir da experiência de fé que você tem direto com Deus. Para chegar nesse momento é um processo, você tem que se libertar, tem que ter coragem, e foi esse processo que eu vivi. Foi aí que eu comecei a me desconstruir em certos dogmas que eram impostos e aí comecei: ‘olha, eu quero ter a coragem de falar isso aqui porque acho que tem mais gente que pensa igual a mim’. Eu comecei a reparar isso. Se eu penso que gay não vai para o inferno, deve ter mais gente crente que pensa a mesma coisa”, finalizou.
Confira, abaixo, o momento: