Fernando Guallar, de 35 anos, em entrevista concedida à revista Vanity Fair, veiculada no último dia 16, abordou sobre diversos temas sociais e políticos, também discutiu sobre o os privilégios dentro da comunidade LGBTQIAPN+, além de falar sobre seu mais recente trabalho no cinema, Valenciana.
O ator comentou sobre como pessoas gays que não se encaixam nos estereótipos visuais de feminilidade ou masculinidade enfrentam menos discriminação na sociedade. O artista destacou que, por diversas vezes, foi dito para ele que ele “não parece gay”, o que o fez refletir sobre o tratamento desigual entre membros da própria população.
“Há muita misoginia. Existe muita desigualdade dentro do coletivo entre homens e mulheres, o que também se aplica à própria comunidade gay. Estou ciente do meu privilégio. Se você se passa por alguém que é normativo, ou seja, você não se parece, porque você não é o que se entende como feminino, como tantas vezes já me disseram, infelizmente você tem mais facilidades nesta sociedade”, afirmou.
Na sequência, ele comentou que, apesar de se perguntar sobre como as coisas deveriam ser nos útimos anos, ele finalmente alcançou a paz de espírito: “Às vezes me pergunto como deveria ser. Mas se há algo que tive a sorte de conseguir depois de muitos anos, é a paz de espírito de me aceitar como sou. Tenho orgulho de ser quem sou e é isso”.
Nascido em Córdoba, o espanhol tem construído sua carreira no cinema e na TV. No filme Valenciana, ele interpreta um jovem político inspirado em Eduardo Zaplana, nos seus anos de ascensão ao poder às costas do Partido Popular em uma trama que entrelaça corrupção, assédio sexual e a decadência da cultura clubber dos anos 90. O ponto de partida são três amigos que estudam jornalismo juntos e cujos caminhos parecem inconciliáveis devido a um choque de princípios.
Guallar destacou a importância de não cair no erro de afirmar que todos os políticos são iguais, uma visão que ele acredita ser prejudicial à democracia. “No filme você vê uma classe política com interesses muito distantes do povo. Mas é um erro dizer que todos os políticos são iguais. É uma mentira. E devemos refutar essa ideia porque tudo o que ela faz é difamar a democracia”, frisou.
Por fim, ele rasgou elogios sobre as conquistas dos governos progressistas na Espanha e reforçou que as leis como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e as relacionadas à comunidade trans e travestis são conquistas importantes e necessárias.
Confira, abaixo, o trailer de Valenciana: