Nesta terça-feira (6), o Provoca estreia a temporada 2024 na TV Cultura. A primeira edição inédita recebe Gloria Groove. Na conversa com Marcelo Tas, falam sobre o que é ser drag queen, o que representa, como foi a construção de Gloria Groove, suas influências, o sucesso que faz hoje e muito mais. O programa promove, ainda, um encontro especial, nos bastidores da TV Cultura, com a Bruxa Morgana, que foi homenageada no single Bruxaria 3000. Vai ao ar às 22h.
“Drag queen não é uma identidade de gênero, é uma expressão artística, dentre tantas expressões artísticas que existem: mágico, palhaço, cantor, bailarina… Drag queen é uma dessas coisas, é uma expressão artística muito plural, que conversa diretamente com a cultura pop. E Gloria Groove é uma instalação pra mim”, explica Daniel Garcia Felicione Napoleão, conhecido por seu nome artístico Gloria Groove.
Nascido e criado na Zona Leste, lembra com carinho do período do Ensino Médio, em que estudou em escola pública e se assumiu homossexual: “Depois que eu me assumi, o mundo se abriu. Não tinha mais porque esconder o que mais me perturbava até então. E eu vivi livre, eu senti o peso da compreensão e do amor nessa fase. (…) Eu tive muita sorte de viver essa fase porque eu pude viver eu mesmo”.
No momento atual, Gloria enxerga que tudo o que aconteceu em sua vida, em relação ao reconhecimento da carreira drag, foi porque viu a expressão artística “para além da superfície”, não apenas como um hobby. “Fora que foi um canal perfeito para eu expressar minha sexualidade, e sexualidade mesmo. O meu sexo e a minha sexualidade. Acho que eu precisava me ver de calcinha pra me sentir uma delícia. Eu precisava me ver dançando num clipe pra falar: ‘você é genial’. Tem tantas coisas que a Gloria Groove trouxe pro Daniel e que complementam para a autoestima do Daniel”, completa.
O programa também mostra um momento de emoção vivido nos bastidores da TV Cultura: o encontro entre Gloria e Bruxa Morgana, referenciada no single Bruxaria 3000. “Acabei de encontrar a Rosi [Campos] aqui. A Rosi entrou no meu camarim, vestida de Morgana. Você acha que eu congelei ou não? (…) Eu queria muito homenagear o Castelo, porque o Castelo Rá-Tim-Bum é uma daquelas coisas que quando eu vejo uma imagem, eu vejo um vídeo, eu sinto o cheiro do meu almoço, do feijão pronto. Como a nostalgia é uma coisa completa na nossa vida, né?”, contou a artista.