Influenciadores LGBTs dão dicas culturais durante o período de quarentena

Klébio Damas e Pietra de Pinho (Reprodução)
Klébio Damas e Pietra de Pinho (Reprodução)

Muitos brasileiros ficarão em casa pelos próximos dias. Para curtir o tempo livre extra, os youtubers Klébio Damas e Pietra de Pinho fizeram uma lista com dicas para as pessoas LGBTs possam se entreter no período da quarentena.

Klébio Damas:

Pose: “uma série maravilhosa que conta a história dos LGBTs na década de 80 e mostra a luta e todas as dificuldades da época. Além disso, é muito divertida porque mostra os ciclos dos personagens e não foca apenas nas dificuldades, mas também nas vitórias. Consegui assistir a primeira temporada na netflix em dois dias e a segunda fase já está disponível fora do país”.

Eu nao quero voltar sozinho: “um filme brasileiro lindíssimo que conta a história de um menino cego que está na escola e um aluno novo chega. Por toda a dificuldade que ele passa com a falta de acessibilidade, essa outra pessoa o ajuda em algumas atividade e eles viram grandes amigos. Com isso, a amizade deles vai desenrolando e eles tentam entender o que é amizade, o que é amor e aprendem juntos a aceitar e reconhecer a sexualidade de cada um”.

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Reprodução)

Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo: “um livro, que mesmo com um nome rebuscado, é super fofo, com uma leitura fácil e que mostra o descobrimento da sexualidade de uma maneira bem leve. Ela também conta sobre dois amigos que vivem sua vida e descobrem o que eles realmente sentem. Eu já li muitos livros com esse estilo, mas esse foi o que deixou meu coração mais quentinho querendo abraçar meu gato e chorar de amor”.

Big Mouth: “essa série animada não é LGBT, contudo tem personagens com essa temática e eu acho muito legal inserir pessoas LGBT no meio de séries tradicionais, sem que necessariamente essa seja o foco principal da trama, porque normaliza a sexualidade. Ela conta sobre a puberdade e é bem besteirol, porque relata o que os adolescentes sentem no início da puberdade e os problemas dessa fase. É uma animação de morrer de rir e fala muito sobre educação sexual, e não é algo pesado, tratando sobre um assunto bem tabu para o público adolescente”.

Queer Eye: “um programa americano de cinco homens gays que vão na casa de algumas pessoas e mudam tudo, como se fosse o quadro do programa do Luciano Huck, onde ele transforma a casa das pessoas. Cada homem muda uma parte, tendo o cabeleireiro, o arquiteto, o estilista, o psicólogo e o cozinheiro. Juntos, eles chegam na vida de alguém que pediu ajuda e reviram a casa e a vida da pessoa para melhorar tudo”.

Pietra de Pinho: 

Orange Is The New Black: “essa é uma série que eu gosto muito, apesar de na quarta temporada eu não ter curtido tanto, por achar que as séries não costumam apresentar um bom desfecho. A trama se passa dentro de uma penitenciária feminina e é muito bacana, porque tem um romance lésbico e o desenvolvimento de vários conflitos internos que acabam por torná-la mais interessante”.

A série Orange Is The New Black
A série Orange Is The New Black (Foto: Divulgação/Netflix)

Degrassi – Next Class: “é uma série canadense pouco conhecida, mas que deveria ser mais valorizada, porque aborda algumas questões bem importantes para a nossa sociedade atual. A história se passa em um colégio com estudantes de ensino médio, apresenta estudantes gays, bissexuais, fora de qualquer “padrão” e dá visibilidade para essas pessoas. Além disso, dentro dessa escola ocorrem conflitos familiares, como por exemplo a menina que é lésbica e não tem a aceitação da mãe.  A série possui quatro temporadas e assisti em dois dias, por ser algo que te prende muito”. 

The Fosters: “uma série cuja a trama fala sobre um casal lésbico, uma diretora de escola e a outra policial, que possui uma filha,  e elas adotam gêmeos. Com isso, elas passam a criar o costume de acolher várias crianças e adotam também a Callie e o irmão dela, o Jude, que é um menino gay. A partir daí, vários conflitos são mostrados, além de colocar em evidência um modelo de família bem interessante, fazendo com que a série seja linda”.

Tomboy: “um filme francês maravilhoso, onde muitas pessoas trans se identificam, mas o foco dele é principalmente no feminismo. Tomboy conta a história de uma menina de 11 anos que não performa nenhum padrão de feminilidade, preferindo ter cabelo curto e usar roupas mais confortáveis. Quando ela muda de condomínio, todo mundo começa a tratá-la como menino, inclusive no pronome, e ela fica tão incomodada em ter que corrigir as pessoas que começa a se tratar como menino, tendo inclusive um romance. Eu, que sou lésbica , fui assistir esse filme no cinema na época que eu não havia me assumido e chorei muito, tamanha a identificação que eu tive”.

Tomboy (Reprodução)

Com amor, Simon: “não é um filme sobre representatividade lésbica e até comete pequenas falhas, mas mesmo assim eu gostei muito. A trama fala sobre Simon, um adolescente de 17 anos que tem uma típica família americana retratada nas produções cinematográficas e ele sabe que é gay, tendo um “padrão heteronormativo”.

Desde os 13 anos, ele tem a consciência disso, mas não sabe como contar para a família e aos amigos, por ser um tabu. Com isso, ele acaba trocando e-mails com um outro menino e fica apaixonado, porém sempre se mantendo como anônimo, gerando um mistério por parte das pessoas para descobrir quem ele é. Pela primeira vez, temos um romance que te prende, que se passa no colegial, possui a temática homossexual e isso não é motivo de chacota na história, o que pode ser considerado um grande avanço”.

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