Cada vez mais, a temática LGBTQIA+ vem marcando o seu espaço no campo do entretenimento, seja no teatro, na televisão, na música ou no cinema. Grandes produções audiovisuais vêm sendo vistas por espectadores espalhados ao redor do mundo, que vem demonstrando mais e mais, o interesse de conhecerem sobre a cultura e a história dos LGBTs. Por conta disso, o portal Observatório G selecionou grandes filmes com a temática que marcaram a história do cinema.
O Segredo de Brokeback Mountain
Lançado em 2005, o filme é dirigido por Ang Lee, e foi baseado no conto homônimo da autora Annie Proulx. “O Segredo de Brokeback Mountain“ é ambientado entre os anos 60 e 80, e retrata o complexo envolvimento romântico e sexual de dois cowboys da costa Oeste americana.
Protagonizado pelo ator já morto, Heath Ledger, e também, pelo astro Jake Gyllenhaal, a história traz a paixão entre Jack e Ennis, que se conhecem durante um rancheiro de criação de ovelhas, em Wyoming. Com o trabalho solitário naquele ambiente, os dois vivem um breve romance, e seguem cada um para o seu caminho quando o trabalho no rancheiro termina. Jack e Ennis criam suas próprias famílias com esposas e filhos, até que um dia eles se reencontram, e começam a marcar encontros escondidos, mantendo um relacionamento amoroso secreto por vinte anos.
Sucesso de bilheteria, o filme arrecadou US$ 200.062.759 ao redor do mundo, recebendo o conceituado prêmio “Leão de Ouro” no Festival de Veneza. “O Segredo de Brokeback Mountain” ainda recebeu oito indicações no Oscar de 2006, ganhando em três categorias: ‘melhor direção ‘para Ang Lee, ‘melhor roteiro adaptado’ e ‘melhor trilha-sonora’. Favorito para vencer o prêmio de ‘Melhor Filme’, a academia preferiu premiar o filme ‘Crash: no limite’, sendo um dos maiores escândalos da história da premiação.
Priscilla, a Rainha do Deserto
Lançado em 1994, o filme musical conta a história das travestis Adam e Bernadette, que acabam fazendo parte do show da Anthony pelas estradas australianas. A bordo do ônibus Priscilla, elas passam pelo deserto da Austrália, onde acabam fazendo shows para plateias mais solidárias e, também, para pessoas homofóbicas. Durante a viagem, elas descobrem que a pessoa que contratou o show é ninguém menos do que a ex-mulher de uma das drag queens, causando uma grande reviravolta.
Em termos de impacto na cultura pop, o filme eternizou a canção “I Will Survive”, como um dos clássicos da cultura LGBTQIA+ no mundo e o seu grito de liberdade. O filme protagonizado por Terence Stamp, Hugo Weaving e Guy Pearce também angariou o Oscar de ‘Melhor Figurino’ na edição de 1995.
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Uma Mulher Fantástica
O longa chileno é estrelado pela atriz trans Daniela Vega, e fez história no Oscar do ano de 2018, ao ser o primeiro filme a ganhar na categoria ‘Melhor Filme Estrangeiro’, sendo protagonizado por uma pessoa transgênero. O filme retrata a história de Marina, uma mulher trans que vive um relacionamento com Orlando, um homem 20 anos mais velho que deixou sua família para ficar com ela. Com a morte súbita do companheiro, Marina passa a enfrentar problemas e o preconceito dos familiares de Orlando.
Em uma das cenas mais emblemáticas do filme, um médico se mostra confuso com a identidade de Marina, e não sabe como atendê-la. “A transexualidade é um conceito tão novo para muita gente, nos falta palavras e definições para entender. E isso é importante; palavras definem nossa realidade. As pessoa se perguntam ‘Como devo chamá-la? Como devo tratá-la? Em que caixinha eu a ponho’, e a resposta é simples – trate-a como ser humano. Eu sempre penso no cachorro do filme, pois é o único que não tem o menor problema com ela, o cachorro é o personagem mais humano. É trágico, mas ao mesmo tempo revela uma certa esperança. Se um cachorro pode ser humano, nós também podemos”, contou o diretor do filme, Sebastián Lelio, em entrevista aos Prêmios Teddy, explicando como refletir sobre tal situação retratada no longa.
Milk: A voz da igualdade
Lançado em 2009 e protagonizado por Sean Penn, o filme retrata a história de Harvey Milk, o primeiro gay assumido a alcançar um cargo público de importância nos Estados Unidos. Retratado nos anos 70, ‘Milk’ aborda a mudança de Harvey Milk e seu namorado Scott Smith, para a cidade de San Francisco, buscando oferecer um ponto de encontro para homossexuais em sua pequena loja de revelação de fotografias. Harvey também se torna um líder no combate à discriminação, mantendo uma destrutiva relação profissional com Dan White, o homem que iria acabar com sua vida.
O longa-metragem dirigido por Gus Van Sant, também recebeu oito indicações na edição de 2009 do Oscar. Sean Penn acabou conquistando a estatueta de ‘Melhor Ator’ e o filme ganhou em ‘Melhor Roteiro Original’. Orçado em US$ 15 milhões de dólares, o filme quadruplicou o seu valor inicial, faturando quase US$ 60 milhões na bilheteria mundial.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
Com roteiro e direção de Daniel Ribeiro, ‘Hoje Eu Quero Voltar Sozinho’ conta a história de Leonardo, um adolescente cego, que tenta lidar com a superproteção de sua mãe, ao mesmo tempo que busca a sua liberdade e viver a sua juventude como qualquer outro jovem de sua idade. A vida do rapaz se transforma quando ele conhece Gabriel em seu colégio, fazendo com que ele descobrisse mais sobre si mesmo e aflorasse sua sexualidade.
Protagonizado por Fábio Audi e Ghilherme Lobo, o filme levou mais de 200 mil espectadores nas salas dos cinemas brasileiros em 2014, sendo um grande sucesso para um longa-metragem de temática LGBT. ‘Hoje Eu Quero Voltar Sozinho’ também foi vencedor da categoria ‘Teddy Award – Melhor Filme com temática LGBT’, no Festival de Berlim de 2014.
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