A data de estreia da nova temporada do reality “Drag Me as a Queen“, foi recentemente anunciada. Dia 18 de março, às 22h00, o programa mais queer da televisão brasileira volta ao ar pelo Canal E!. Rita von Hunty é uma das três apresentadoras do show. Drag queen interpretada por Guilherme Terreri Pereira, professor de inglês e estudante de filosofia, letras e ciências humanas na FFLCH. Além da apresentação no E!, Rita possui um canal no Youtube, o “Tempero Drag”. Sucesso nas redes com quase 50 mil inscritos e dezenas de visualizações semanais. Em entrevista exclusiva para o Observatório G, a drag Rita von Hunty nos conta sobre as experiências de ser uma apresentadora de televisão e discursa sobre o cenário LGBT no Brasil.
Rita comenta sobre o Drag me as a Queen
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– Rita, o que significa “Hunty” em seu nome? Existe alguma ligação com a personalidade de sua queen?
É um termo comum da Cultura Queer. É a junção dos termos Honey e Cunt, e designa alguém que você ama e odeia em proporções iguais; sua melhor amiga a quem você xinga de apelidos carinhosos ou algo como a melhor “pior pessoa” que você conhece. Acho que nada poderia ser mais Rita do que isso.
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– Dentro do “Drag Me as a Queen” vocês ajudam mulheres com problemas pessoais, muitas vezes, são mulheres com problemas de autoaceitação física e até mental. Vocês já ajudaram homens dentro do programa como o “Queer Eye” da Netflix?
Não, todo o DNA do Drag me é sobre a mulher, sobre ajudá-las a enxergarem e colocarem para fora a diva que há dentro delas.
– Quais outros formatos de reality show, vocês se inspiram para tornar o “Drag Me as a Queen” um sucesso?
O Drag me é um formato original, acho que não há uma referência direta no que diz respeito a uma possível “inspiração”.
Além do Drag Me
– Além de apresentar o “Drag Me as a Queen”, o que Rita von Hunty gosta de fazer? Quais outros projetos você realiza também?
Rita tem seu canal no youtube, o Tempero Drag. Além disso, ela também ministra o Curso Revolucionário de Rita von Hunty, através do qual pode se alongar e se deter em assuntos dos mais variados, permeados por um fio condutor, que é a implicação social dos nossos moldes e modelos de vida – analisados sob perspectiva dialética, materialista e historiográfica, sem nunca perder o bom-humor e a acidez que lhe são característicos.
– Como uma drag queen, qual é a sua análise a respeito da forma que sociedade brasileira a enxerga?
Sinto que o paradigma está em constante alteração, ainda mais agora. Estamos vivendo um momento histórico para a cena Drag brasileira. Pabblo Vittar, Gloria Groove e Lia Clark vem colecionando marcos importantes no que diz respeito à popularização da arte (e consequente estilo de vida) Drag. Nós, com o Drag Me – que hoje é exibido em toda a America Latina, nos unimos a elas nesse momento de luta, resistência e desconstrução. Ainda acho que a “Sociedade” brasileira não tenha uma ideia formada a respeito da drag queen e acredito que ainda devamos ocupar espaços do imaginário negativo e conservador do brasileiro médio.