Nesta quarta-feira (06), o novo presidente do Bahia, Emerson Ferretti, de 52 anos, falou sobre a dificuldade do futebol brasileiro em aceitar atletas homossexuais em seus times. Em entrevista à Rádio CNN, o primeiro presidente de clube assumidamente gay do Brasil elogiou a atitude do Bahia em apoiar a pauta e destacou a crueldade com os jogadores para esconderem a sexualidade dentro de seus clubes.
“O futebol brasileiro não está maduro o suficiente para ter um jogador gay assumido. Os atletas precisam se esconder, se proteger, para sobreviver no esporte”, declarou o profissional.
Emerson Ferretti também apontou que muitos atletas acabam desistindo de buscar os seus sonhos com medo da represália devido a orientação sexual. “Isso é muito cruel, quantos atletas gays com talento desistem quando percebem que essa dificuldade? Precisamos naturalizar, futebol é um recorte da sociedade e é necessário falarmos do assunto”, acrescentou ele.
Ainda na entrevista, o ex-goleiro revelou que precisou lutar consigo mesmo dentro e fora dos campos. “Eu tinha o sonho de ser jogador, mas, ao mesmo tempo, ser gay dentro do futebol era inaceitável. Os tempos eram outros… Gay era visto como cidadão de segunda categoria, tinha muito preconceito na sociedade”, contou Emerson Ferretti.