REPRESENTATIVIDADE

Quem é Valentina Petrillo, primeira atleta trans a competir nas Paralimpíadas

Italiana foi diagnosticada com doença degenerativa que causa perda de visão aos 14 anos; ela fez a transição em 2019 e disputará os 200m e 400m no atletismo, na categoria T12, em Paris 2024

Valentina Petrillo - Divulgação/Reprodução/Instagram
Valentina Petrillo - Divulgação/Reprodução/Instagram

Valentina Petrillo, de 50 anos, representará a Itália nas Paralimpíadas de Paris 2024. Será a primeira vez que uma atleta abertamente transexual participa da competição. A velocista vai competir na categoria T12, para deficientes visuais, nos 200 e nos 400 metros.

A esportista fez a transição em 2019, e quase se classificou para as Paralimpíadas de Tóquio 2021. No ano passado, conquistou medalhas de bronze nas duas provas da categoria T12 no Mundial de Atletismo Paralímpico. Antes de realizar a transição, a atleta havia conquistado 11 títulos nacionais em categorias masculinas.

“Sou feliz como mulher e correr como mulher é tudo o que eu quero. Como todas as pessoas trans que não sentem que pertencem ao seu gênero biológico, não devo ser discriminada. Da mesma forma que raça, religião ou ideologia política não devem ser discriminadas”, disse ela em entrevista à BBC, em 2021.

Aos 14 anos, Valentina Petrillo foi diagnosticada com a Doença de Stargardt, condição que afeta a visão do campo central e de cores. No caso dela, por exemplo, ela por vezes tem problemas para identificar as linhas pintadas na pista, especialmente em dias de chuva. Hoje, a visão da atleta é limitada a 1/50 da capacidade normal.

Segundo o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), Andrew Parsons, embora ela seja “bem-vinda” nos Jogos na cidade francesa, ele deseja que o mundo estivesse “unido” em relação à política sobre pessoas trans no esporte.

“Como todas as pessoas trans que não sentem que pertencem ao seu gênero biológico, não devo ser discriminada. Da mesma forma que raça, religião ou ideologia política não devem ser discriminadas”, disse ele sobre sua participação na Paralimpíada.

A posição atual do CPI é de que órgãos internacionais de esportes podem decidir as próprias políticas de forma independente. As regras do Campeonato Mundial de Para-Atletismo é de que pessos trans podem competir, desde que o esportista seja legalmente reconhecida como o gênero para o qual transicionou.

Os Jogos Paralímpicos de Paris acontecem de 28 de agosto a 8 de setembro.