MEDALHISTA OLÍMPICO

Tom Daley anuncia aposentadoria dos saltos ornamentais: "É o momento certo"

Tom Daley anuncia aposentadoria - Reprodução/Instagram
Tom Daley anuncia aposentadoria - Reprodução/Instagram

Tom Daley, de 30 anos que, surpreendentemente, competiu em cinco Jogos Olímpicos, está oficiamente se aposentando. O atleta dos saltos ornamentais do Reino Unido, que conseguiu sua quinta medalha olímpica em Paris, afirmou em entrevista à revista Vogue britânica que este é “o momento certo para encerrar” e se dedicar a sua família e outros hobbies.

O saltador, que começou a competir aos sete anos de idade, descreveu como foi subir no trampolim pela última vez. “Foi emocionante no final, lá em cima na plataforma, saber que seria meu último mergulho competitivo. Mas eu tenho que tomar essa decisão em algum momento, e parece que é o momento certo”, afirma.

Sua decisão de se aposentar veio após conquistar a medalha de prata no evento de mergulho sincronizado masculino de 10 metros, ao lado de seu parceiro Noah Williams. O nadador se dedicou à classificação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 após seu filho mais velho, Robbie, pedir para assistir ao pai na competição. O pedido veio depois que ele e o marido Dustin Lance Black levaram o pequeno ao Museu Olímpico de Los Angeles, na Califórnia, nos Estados Unidos, durante um passeio em família.

Durante a cerimônia de premiação, o esportista subiu ao pódio sob os olhares do primogênito e seu filho mais novo, Phoenix, segurando uma toalha com estampa de arco-íris, um símbolo de orgulho LGBTQIAPN+.

“Eu estava ansioso para que isso acontecesse… mas quando saí e vi meu marido [Lance] e meus filhos [Robbie e Phoenix] e meus amigos e familiares na plateia, eu fiquei tipo, sabe de uma coisa? É exatamente por isso que fiz isso. Estou aqui e, não importa o que aconteça na competição em si, ficarei feliz”, destaca.

Daley, que também é conhecido por sua habilidade em crochê, já havia conquistado uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim 2020 com seu então parceiro Matty Lee, além de três medalhas de bronze em Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020.

Vale destacar, que Tom Daley é o maior em sua modalidade na história da Grã-Bretanha e agradeceu o carinho da torcida britânica que o apoiou durante os 23 anos que compete: “Todo o apoio que eu tive do Reino Unido foi tão incrível. Eu amaria que as pessoas me lembrassem como sendo um atleta que persistiu, que não desistiu dos seus sonhos até conquistá-los”.

Desde que se declarou gay em 2013, Daley tornou-se um ícone para muitas pessoas da comunidade. “Eu nunca quis ser visto como alguém mentindo ou se escondendo de quem eu era”, conta.

Por fim, ele ressaltou a mudança positiva em relação aos atletas abertamente LGBT+ em esportes e grandes campeonatos. No entanto, destacou a pressão sentida por algumas pessoas e como isso influencia o processo de autoaceitação.

“A cada Olimpíada, há mais e mais atletas assumidos. Acho que há muita pressão para quando as pessoas se assumem para serem ativistas e serem francas. E às vezes isso simplesmente não está na natureza de algumas pessoas. Acho que isso pode ser parte da razão pela qual possivelmente mais pessoas não se sentiram tão confortáveis ​​em se assumir”, reforça.

“Também acho que [o mundo do esporte] é um espaço tão heteronormativo… muitas crianças LGBTQIA+, quando são mais jovens, têm esse sentimento automático de que não deveriam se encaixar em esportes, então não os praticam. Espero que vejamos mais no futuro”, analisa.