REPRESENTATIVIDADE

Jogos Olímpicos de Paris 2024 tem 155 atletas LGBTQIAPN+ assumidos; 24 são brasileiros

A Olimpíada de Paris 2024 acontecem de 26 de julho a 11 de agosto - Divulgação
A Olimpíada de Paris 2024 acontecem de 26 de julho a 11 de agosto - Divulgação

Começa oficialmente nesta sexta-feira (26/07) os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Mesmo com alguns esportes já com disputas acontecendo, é com a cerimônia de abertura que consideramos o início de mais uma edição. E novamente teremos a presença de atletas LGBTQIAPN+ nas Olímpiadas.

Neste ano, 155 esportistas são assumidamente LGBT+, o que é uma pequena fração dos mais de 10.000 participantes do evento esportivo. De acordo com as informações do banco de dados do OutSports, o número deve aumentar à medida que os atletas se destaquem e ganhem visibilidade ao longo da competição. Os dados serão atualizados a cada semana.

Desse número, os dados apontam 24 nomes da delegação do Brasil. O país é o segundo maior em número absoluto, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 28 esportistas em uma delegação de 592 pessoas. Entre os brasileiros, destacam-se nomes como Marta (futebol), Arthur Nory (ginástica), Ana Marcela Cunha (natação), Rafaela Silva (judô), Rosamaria (vôlei) e Beatriz Ferreira (boxe). A lista completa inclui atletas de diversas modalidades, como vôlei de praia, ginástica, handebol, rugby, judô, boxe, natação, futebol, atletismo e vôlei.

Vale destacar, que apesar do avanço social dos últimos séculos, ainda é possível que tenhamos participantes que não falam abertamente sobre sua sexualidade, inclusive por legislações anti-LGBTQIAPN+ em seus próprios países.

A contagem atual já ultrapassa a de edições anteriores do evento. Em 2021, duas semanas antes dos Jogos de Tóquio, a lista incluía 120 atletas LGBT+, mas foi atualizada para 186 nomes durante a competição. Em comparação, os Jogos de Atenas 2004 contaram com 11 atletas, Pequim 2008 teve 10, Londres 2012 teve 23, e o Rio de Janeiro, em 2016, contou com 56 atletas declarados LGBTQIAPN+.

Para tornar o evento mais inclusivo, o Comitê Olímpico também inaugurou a Casa Orgulho, espaço acolhedor criado próximo a ponte Alexandre 3º, com objetivo de promover a inclusão por meio do esporte.

O projeto que nunca foi utilizado em Jogos Olímpicos, foi uma iniciativa entre a Associação Fier-Play e Paris 2024, com a ideia de combater a discriminação e diminuir a invisibilidade das pessoas LGBTQIA+ no esporte. No espaço, pessoas da comunidade e aliados podem assistir as competições, se conscientizar sobre a inclusão de atletas LGBT+ e participar de atividades esportivas e culturais.

“A representatividade nos Jogos Olímpicos é fundamental para promover visibilidade e inclusão da comunidade. Atletas LGBTQIA+ inspiram jovens, motivam a aceitação e contribuem para a criação de um ambiente esportivo mais acolhedor. Além disso, a visibilidade desses atletas impulsiona mudanças sociais e colabora para criação de políticas inclusivas, garantindo o direito de presença em todos os aspectos da sociedade, quebrando barreiras para futuras gerações”, explica Amara Moira, Coordenadora de Educação, Exposições e Programação Cultural do Museu da Diversidade Sexual.