Ney Matogrosso é um dos artistas que mais contribuíram para a música brasileira nas últimas quatro décadas. Por isso mesmo, ele será o homenageado no 28º Prêmio da Música Brasileira, que acontece nesta quarta-feira (19), no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Entre os ensaios para a apresentação, o cantor concedeu uma entrevista para a Folha de S. Paulo, na qual falou, entre outras coisas, sobre sexualidade e gênero que sempre cercaram seu nome e sua arte. “Nunca quis ser mulher e nem ocupar o lugar de mulher. Sou um homem que apenas não respeitou os limites. Nunca respeitei essa questão de masculino e feminino porque queria transitar com liberdade”, declarou.
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Matogrosso ainda falou sobre o preconceito que sofreu no início de sua carreira, quando usava sua expressão para desafiar a ditadura militar, e sobre a influência que isso causou em artistas que estão agora no mercado, como é o caso de Liniker, As Bahias e a Cozinha Mineira ou Rico Dalasam. “Vocês têm o direito de ser quem são. Sempre falei isso e demorou muito para eu ver isso, surgi em 1973 e agora é que a gente vê esse tipo de coisa acontecendo”, afirmou.
Apesar de ter sido reconhecido por ser uma afronta ao gênero, Ney enfatizou que nunca quis levantar qualquer bandeira, não se considera partidário atualmente e nem de esquerda ou direita. “Me enquadrar como ‘o gay’ seria muito confortável para o sistema. Que gay o caralho. Eu sou um ser humano, uma pessoa. O que eu faço com a minha sexualidade não é a coisa mais importante na minha vida”. Ney também deixou claro que, apesar de se sentir alinhado com fãs que ressoam gritos de ‘fora temer’ em seus shows, ele próprio se mantém calado.