Recém descoberta como uma mulher trans, a cantora Liniker falou sobre gênero e carreira em entrevista ao site Clic RBS. Para ela, a visibilidade que as pessoas transgêneros passaram a ter nos veículos de comunicação faz com que a informação chegue em lugares que antes não poderiam estar.
“Acho que temos de ocupar a mídia de todo jeito. A gente se infiltra em lugares que não estaríamos de jeito nenhum.”, afirmou a artista, que teve o seu debut para o grande público no programa Amor e Sexo, da TV Globo, quando se apresentou cantando “Geni” de Chico Buarque com um vestido preto.
Emocionada, Liniker relembrou o momento icônico. “Estar com nosso corpo em um programa no qual nossa voz é ouvida em vários lugares que a gente não consegue chegar é maravilhoso. Estar ali, ao lado de tantas pessoas potentes, ajudando quem não consegue ser ouvido é um presente.”, disse.
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Sobre a carreira, a cantora disse dispensar o rótulo de revelação, que a imprensa insiste em estimatizá-la. “É estranho perguntarem sempre sobre o começo, sendo que hoje já temos dois anos de estrada. Tenho vontade de falar dos meus processos, do que temos feito agora, não do passado”, disparou.
Com a trajetória cada vez mais sólida, Liniker comemora cada parceria que vai desde o pernambucano Johnny Hooker, ao qual lançou o single Flutua, a figuras lendárias como Elza Soares. “Nas parcerias, vimos que nossa referência musical é mais aberta do que imaginávamos. A minha poesia, enquanto compositora, está indo constantemente a novos lugares. É muito bonito o caminho que temos feito na cena independente, ao entender que somos donos do nosso trabalho e de seus rumos.”, ressalta.