O pintor Marcos Naves, é um homem cisgênero, mas sabe muito bem do constrangimento que muitos trans passam por possuir a documentação diferente do gênero que se identifica.
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Morador do município de Buriti Alegre, em Goias, Marcos sofreu da infância até a vida adulta, por apresentar um nome feminino em seus documentos oficiais. O erro aconteceu no seu registro de nascimento, quando o escrivão achou que o nome dado pelo pai se tratava de uma menina. Desde então, ele passou por inúmeros situações desagradáveis.
Porém, em 2012, o pintor entrou com um processo de retificação pelo nome e sexo, mas só agora, cinco anos depois, a decisão foi tomada a seu favor, sob o aval do juiz Ronicley Naves de Morais, da 4ª Vara da Fazenda Pública, e assim pôde refazer todos os documentos com a verdadeira identidade.
Para o G1, Naves revelou ter passado por várias burocracias para provar que é um homem. “Mesmo com três filhos e uma esposa tive que passar por uma junta m馘ica para provar que era homem. Tive que tirar a roupa para eles saberem que eu era homem. Foi muito doido”, afirmou.
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Dentre os problemas que passou na vida por causa da documentação errada, ele lembra que teve que parar os estudos na quinta série, além de ter que parar de trabalhar por causa do constrangimento que sofria na empresa. Casado há mais de 20 anos com Reinedes da Silva, com quem têm filhos adolescentes, Marcos também revela ter passado vergonha por causa do nome.
“Passamos por muitos vexames porque eu era apontado como a mãe e ela como o pai, porque o nome dela é mais masculino que o meu”, disse ele que só agora com a nova identidade pôde, enfim se casar no civil, no último dia 20.
Agora com a verdadeira identidade, Marcos quer recuperar o tempo perdido. “Com fé em Deus consigo ir bem adiante. Vou estudar e ir mais longe. Com tudo que aconteceu de mudança estou prevendo só melhoria para minha vida”.