Jogadora de vôlei Tiffany de Abreu defende cotas para atletas trans

A jogadora de vôlei Tiffany Abreu
A jogadora de vôlei Tiffany Abreu (Foto: Reprodução/Instagram)

Diante de toda a repercussão que causou desde que foi anunciada como levantadora do time de Bauru e integrante da Superliga feminina de vôlei, a jogadora trans Tiffany de Abreu descartou, em entrevista ao site do Globo Esporte, a criação de uma equipe exclusivamente trans, mas defendeu o uso de cotas para trazer mais representatividade a atletas que vivem a mesma situação que ela.

“Nós temos cotas para jogadoras estrangeiras e por que não uma cota para jogadoras trans? Nós temos pontuação para uma jogadora olímpica e por que não uma pontuação para jogadoras trans? Se ela for boa o suficiente, vai ter a sua pontuação. Se ela não for boa, vai ter a sua cota”, sugeriu.

A segregação de separar trans de cisgêneros acabaria por excluir os que se encontram nesta condição. “Não tem trans suficiente para jogar, não tem lésbica suficiente para jogar, não tem gay suficiente para jogar uma liga forte. Nós vivemos em uma comunidade com todos juntos, é a única forma de vivermos todos em paz”, protestou.

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A convocação de Tiffany para atuar em meio às jogadoras cisgênero criou uma polêmica, na qual muitos apontaram que ela seria uma concorrência desleal às adversárias por ter uma estrutura biologicamente masculina. Apesar de ter o aval do Comitê Olímpico Internacional, que autoriza atletas como Tiffany a disputar nas ligas, contanto que a mesma esteja em tratamento hormonal há pelo menos um ano, o que seria suficiente para diminuir os níveis de testosterona no corpo.

A sua presença dividiu tanto as opiniões que chegou a fazer com que convocassem uma reunião para discutir como atletas trans seriam tratados dentro do esporte. Caso as especificações mudem e ela tenha que sair do vôlei, Tiffany assegura que não irá deixar de lutar pelos direitos dos transgêneros.

“Quando a empresa quebra, cada um vai buscar um novo trabalho e eu vou ser igual. Se um dia mudar a lei, eu vou buscar uma forma diferente de trabalhar. Posso trabalhar com a comunidade trans, que necessita muito de alguém ali, com voz ativa e, como eu consegui essa voz, posso estar com as meninas que precisam”, declarou.

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