A 48ª Jornada Paulista de Radiologia, que acontece entre os dias 03 e 06 de maio, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, debate como um alerta às pessoas transgêneros sobre o câncer de mama, mal que faz cerca de 60 mil novas vítimas por ano, e está erroneamente ligado, muitas vezes, exclusivamente às mulheres.
“Mulheres trans passam por terapia hormonal para obtenção da mama com aspecto feminino. O uso de hormônio instiga um questionamento sobre eventual aumento do risco de câncer de mama – o regime conduz ao desenvolvimento de um tecido mamário com ductos e ácinos idênticos ao da mama biologicamente feminina”, explica o Dr. Luciano Chala coordenador científico e palestrante do evento.
O médico pondera, porém, que não há orientações consensuais a respeito do câncer de mama em mulheres trans e alerta sobre a falta de suporte para a população trans. “Por falta de recursos e apoio, muitas usam óleos minerais ou parafina para aumentar as mamas. Isso prejudica e até impossibilita o uso da mamografia e da ultrassonografia no rastreamento”, alertou.
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Já sobre os homens trans, Chala ressalta um certo benefício para aqueles que se submetem a mastectomia subcutânea e reduzem o risco de câncer de mama, apesar de não anular um possível desenvolvimento da doença.
O tratamento hormonal sobretudo não está associado a um aumento considerável do aparecimento de tumor de mama maligno. “A ocorrência foi de 4,1 a cada 100 mil casos, superior à incidência em homens cisgênero (1,2 casos para cada 100 mil) e muito distante da reportada em mulheres (170 casos)”, ressaltou.