Travesti afirma ter sido agredida por policiais ao ser confundida com traficante no Rio

Bandeira trans
Bandeira trans (Foto: Reprodução)

Uma travesti, de 21 anos, identificada como Vitória, registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) na 12ª DP, em Copacabana, no Rio de Janeiro, contra um grupo de policiais militares da UPP Babilônia Mangueira, que teriam lhe agredido e cortado os seus cabelos, enquanto descia da comunidade para fazer compras, na segunda-feira (23).

De acordo com o depoimento, a vítima foi abordada por cerca de dez PM’s que a acusaram de ser traficante, sendo ameaçada e tendo as mãos algemadas, alem de ter os cabelos cortados por uma faca. “Eles pegaram uma caixa de cigarro vazia e colocaram balas de fuzil e depois puseram dentro do bolso do meu casaco dizendo que era meu. Neguei na hora e mesmo assim, algemada, andei com eles pela favela levando chutes na altura da cintura e tapas”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.

“Um deles tirou uma faca da cintura e começou a cortar meus cabelos. Depois me liberaram. Não vou esquecer. Quero registrar essa violência contra mim. Por isso estou aqui na delegacia”, explicou.

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Apesar de negar fazer parte do tráfico, a travesti conta que já foi usada por traficantes para entregar dinheiro para um grupo de policiais militares, e por isso, pode ter ficado marcada. “Quem mora no morro sabe como é a vida lá. Eu fui obrigada a fazer isso. Não sou traficante, sou moradora. A vida já não está fácil para ninguém. Trabalho muito e honestamente. E mesmo assim o dinheiro já não está dando para muita coisa. E ainda cortam o meu cabelo! Foi muita crueldade deles”, lamentou.

O caso foi registrado como lesão corporal e encaminharam Vitória para o Instituto Médico Legal (IML). Em nota, o comando da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP)Babilônia/Chapéu Mangueira informou que irá apurar a denúncia e tomar as devidas providências.

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