Primeira travesti a atuar em novelas no Brasil, a atriz Cláudia Celeste morreu neste domingo (13), aos 66 anos, no Rio de Janeiro, vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia. A informação foi confirmada por familiares e amigos nas redes sociais.
Nascida no bairro do Irajá, Claudia despontou para a carreira artística na década de 1970, no teatro com o espetáculo “O Mundo é das Bonecas”, primeiro show de travestis a ter licença do governo desde o início da Ditadura Militar em 1969.
“Antes, ninguém sabia que eu era travesti, nem Daniel Filho. Ninguém nunca me perguntou! E, como ficou muito ti-ti-ti, tiraram os capítulos que eu já tinha feito”, contou a atriz em entrevista à revista Geni, em 2013.
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Em 1977, ela gravou uma participação no folhetim “Espelho Mágico”. O convite partiu do diretor Daniel Filho, depois de assisti-la na revista “Transelê no fuetê” e resolveu incorporar o número no folhetim. Sem saber que se tratava de uma travesti, a intérprete contracenou com Sônia Braga, mas as cenas foram cortadas assim que a notícia caiu na mídia.
Em 1988, entretanto, fez história novamente ao ser a primeira travesti a fazer uma novela do início ao fim em “Olho no Olho” , da extinta TV Manchete. Em 2016, foi homenageada na primeira edição do prêmio TransArte, evento que trata a identidade de gênero e sexualidade. Celeste era casada com o ator Paulo Wagner.