O Grupo Gay da Bahia publicou o relatório oficial com dados acerca da violência sofrida pela população LGBT em 2018. O registro é feito pela entidade há 39 anos. De acordo com os dados, foram computadas 420 mortes de LGBTs+ no ano que passou. As informações são da Revista Lado A.
A maior parte das violências é por conta de homicídios, totalizando 72%, o que representa 320 casos. A ocorrência de suicídios fica em segundo lugar, com 100 casos – 24% do total. Em comparação com 2017, quando foram registradas 445 mortes, houve uma pequena redução das ocorrências.
A sistematização dos dados conclui que, em 2018, a cada 20 horas um LGBT foi morto ou cometeu suicídio no Brasil. Os números classificam o país como recordista no ranking de países que mais mata LGBTs no mundo. Ainda no relatório, é citado que dados internacionais explicitam que o Brasil mata mais LGBTs que em países onde existe a pena de morte para homossexuais, como no Oriente Médio. Outro exemplo é o continente africano, onde apenas a África do Sul não pune com morte a prática da homossexualidade.
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A pesquisa comparou também a relação do Brasil com os Estados Unidos. Lá, com 330 milhões de habitantes, morrem, em média, 28 transexuais por ano. Aqui, com 208 milhões de habitantes, morrem cerca de 164 transexuais.
Dos 420 LGBTs mortos no Brasil em 2018, 45,5% são gays; 39% são trans; 12,5% são lésbicas; 1,9% são bissexuais e 1,2% são heterossexuais. Esses últimos estão inclusos por morrerem por LGBTfobia, mesmo que héteros. Alguns foram confundidos com LGBTs. Outros, em alguma ocasião, saíram em defesa dessa população e foram mortos.
Perfil das vítimas
De acordo com os dados do Grupo Gay da Bahia, no que se refere ao perfil das vítimas, 11% dos LGBTs eram menores de idade. Um deles foi um pré-adolescente de 12 anos, a vítima mais jovem nas pesquisas. Ele cometeu suicídio por sofrer bullying. 3,8% dos casos são de idosos, como um senhor encontrado morto aos 73 anos em seu apartamento em Salvador (BA). A maioria das mortes é de pessoas entre 18 a 25 anos, que correspondem a 29% das vítimas.
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A maioria das vítimas, 58,4 %, eram brancos. As vítimas negras somaram 12,3% e as pardas 29,3%. Contudo, fora do recorte da pesquisa que volta seus dados às vítimas LGBT, é de conhecimento científico que o racismo faz da população negra o maior alvo de violência no geral.
O relatório População LGBT morta no Brasil – 2018 pode ser acessado no site do Grupo Gay da Bahia.